Histórico


Nesta seção abordarei a questão do surgimento da Capoeira no Brasil e seu desenvolvimento até o final do século XIX. Neste artigo tratarei da evolução mais recente arte-luta brasileira. É importante lembrar ao INTERNAUTA, a dificuldade de resumir um processo histórico tão complexo em poucas páginas. Por isso, meu objetivo neste momento consiste em apresentar apenas as linhas gerais da história da Capoeira para que posteriormente eu possa desenvolver este assunto em textos mais específicos.

Como sabemos, o fim do regime escravocrata não significou a aceitação imediata da comonidade negra na vida social. Ao contrário, vários aspectos da cultura afro-brasileira sofreram violenta repressão, como a Capoeira no Rio de Janeiro e o candomblé em todo Brasil e principalmente do nordeste.

Talvez o caso da Capoeira seja o mais evidente: essa forma de rebeldia, que já havia sido utilizada como arma de luta em inúmeras fugas durante a escravidão, tornou-se um símbolo de resistência do negro à dominação. Assim, o Governo Republicano, instaraudo em 1889, deu continuidade a essa política e associou diretamente a Capoeira à criminalidade, como consta do Decreto 847 de 11 de outubro de 1890 com o título " Dos Vadios e Capoeiras":

 

Considerando-se a dificuldade de inserção dos ex-escravos e seus filhos na vida social pós-aboli'ção, e o peso de 400 anos de tradição escravocrata,compreede-se a estratégia da formação de maltas de Capoeiras, que se multiplicaram no século passado e que incluíam vários figurões importantes da política. É importante frisas que a história da Capoeira no Rio de Janeiro mostra que a prática desta luta não estava restrita às camadas mais pobres da população, mas também era comum nas forças armadas, e em colégios famosos como Sabino, Pardal, e até mesmo o renomado Colégio Pedro II.

Diversos mestres de transferiram do nordeste para São Paulo, onde se estabeleceram e fizeram escola, tornado o estado uma das maiores forças da Capoeira no país.No Rio de Janeiro, a difusão da Capeora tem como marco o surgimento do Grupo Senzala, em meados dos anos 60, levando para o Rio a forte influência da Capoeira Regional, que se diferenciava da da Capoeira tradicionalmente praticada no estdo. Esse grupo veio a se subdividr posteriormente, influenciou decisivamente inúmeros capoeirstas pelo país, principalmente em termos do desenvolvimento técnico da luta.

Do ponto de vista do apoio oficial e da organização nacional, a Capoeira ainda tem muito que desenvolver. Embora existam diversos grupos muito bem estruturados nacionalmente, com sedes em vários estados, não existe um confederação ou federação relamente representativas dos interesses mais gerais dos praticantes dessa luta.

As iniciativas nesse sentido geralmente têm sido frustradas. Oficialmente, até uma data muito recente à Capoeira esteve vinculada à Confederação Brasileira de Pugilismo que, através de seu Departamento Especial de Capoeira, elaborou o " Regulamento Técnico da Capoeira" publicado em 26 de dezembro de 1972, e que passsou a vigorar à partir de 1º de janeiro de 1973. Esta iniciativa visava "institucionalizar" o ensino e a Aprendizagem da Capoeira. Este regulamento define a Capoeira como uma "modalidade esportiva do ramo pugilístico", uma " prática desportiva de luta que consiste num sistema de ataque de defesa, de caráter individual e orgiem folclórica genuinamente brasileira", que tem como características o movimento ritimado, ma movientação constante, agilidade e a grande velocidade dos movimentos. O regulamento estabelecia sistema de graduação, unforme, categorias e regras de competição.

Embora a publicação deste regulamento seja um marco no reconhecimento oficial da Capoeira como desporto, a Confederação Brasileira de Pugilismo encontrou várias dificuldades para contribuir efetivamente para o desenvolvimento da Capoeira no país, uma vez que apenas uma pequena parcela dos capoeristas eram filiados às federações estaduais de pugilismo i\ou de Capoeira, quando existiam. Foram organizados alguns campoeonatos brasileiros de Capoeira no anos 70 e 80 de bom nível técnico, mas que encontraram o problema de não terem a participação de excelentes Capoeistas de todo o Brasil que discordavam das características da competição.

Na história de Capoeira dos anos 80 têm como característica central o avanço na organização dos grupos e todo um processo de retomada das antigas tradições. Mais do que nunca os velhos mestres da Bahia (Jõao Grande, Jõao Pequeno, Paulo do Anjos, Caiçara, Ferreirinha, Waldemar da Paixão e outros) são chamados a ensinar os fundamentos da nova luta às novas gerações e partticipam de inúmeros eventos em todo país. Funda-se a Associação de Professores de Capoeira (ABPC), reunindo vários capoeirstas de renome nacional com a preocupação de integrar os professores e mestres unificar o sistema de graduação da Capoeira. Para o INTERNAUTA menos familiarizado com a Capoeira, é importante esclarecer que existem diversos sistemas de graduação nesta luta. Há cerca de 25 anos adotou-se a corda ou cordel para identificar o nível hierárquico do capoerista, mas a seqüência de cores varia de grupo para grupo. Há um sistem oficial definido pelo CBP no regulamento anteriormente citado, mas que é pouco utilizado, baseando-se nas cores da bandeira do Brasil.

 


 

 

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