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Andava sem destino... num vale que não tinha fim

um vale predestino... que prendeu a vontade minha

sentia grande contento... a vibrar dentro de mim

 que nem o sol nem o vento... nem o próprio vale tinha.

Meu corpo estava cansado... meu espírito abatido

mas por fim extasiado... por infinda felicidade

cada passo era a certeza... da dor eu ter fugido

do ódio e da tristeza... da inveja e da maldade.

          

Meu coração no seu fundo... sentia grande prazer

em estar só longe do mundo... mais perto do infinito

me invadia doce calma... também uma paz o meu ser

repousava a minh'alma... não mais coração aflito.

Meu ser renasceu assim... para este vale sem origem

onde a vida não tem fim... e a morte não existe

vale do meu capricho... descanso da minha viagem

onde corre um riacho... que à minha sede assiste.

Vale da eterna felicidade... morada do bem fecundo

onde o tempo e a idade... não consome o corpo mais

o meu desejo é morrer... deixar este enfado mundo

e para sempre viver... neste vale de imortais.

Manuel J. R. Matias

   

                   

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