Memórias de Felinto Paulo de Oliveira Vasconcellos
01/01/66 – Que Deus abençoe
este novo ano!
10/01/66 – 5 anos de casado.
Às vezes tenho pensamentos de ser mais livre, mas são pensamentos passageiros a
que não devo dar atenção. Gosto muito da minha querida esposa e o que sinto é
egoismo ingrato. Seremos unidos até que a morte nos separe, com a ajuda de
Deus!
31/01/66 – Trabalhei na firma
Cia Constutora Nacional. Gostei muito. Tenho aprendido bastante e ganhei
Cr$120.000,0. Sendo o primeiro dinheiro que ganhei com a Engenharia fiquei
muito contente. Colocamos Cr$100.00,00
no BEG (Banco do Estado da Guanabara). A Dayse parece uma mocinha, já discute e
já tem idéias próprias. Ela e a Sônia já dormem sem fraldas, pois já não fazem
pipi na cama, só às vezes. O Guilherme está crescendo, mas não gosta muito de
comer. Também faz muito calor. A empregada Margarida, de Aquidauana, continua
trabalhando conosco.
28/02/66 – Continuo
trabalhando na CCN. Estivemos em Paquetá com a Risoleta e o Oscar. Gostei muito
de rever a Ilha dos Amores. A Dayse se nachucou na bicicleta e a Sônia foi
mordida por um cachorrinho. Gostaria de ter uma casa retirada da cidade onde
pudesse terminar os meus dias. A R. e eu brincamos o Carnaval no Clube Militar
e no Círculo Militar da Praia Vermelha. Gostei bastante, mas fiquei doente.
08/03/66 – Ontem à noite caiu
uma menina do 8º andar e morreu logo. A R.
e eu ficamos impressionados. Ficamos todos doentes sábado e domingo.
Ontem fomos ao médico. A Sônia chegou a 39,7º C. As aulas já começaram no IME e
eu aguardo poder continuar na CCN. A Dayse já sabe ler umas frases e a Sônia
umas palavras. A Sônia desde janeiro já sabe andar de bicicleta. O Guilherme é
esperto, mas não gosta de comer. Temos nova empregada, Marília, pois a
Margarida foi para São Paulo. O Felippe está cursando a EsAO (Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais) e deseja ter uma Oficina. O Luiz reformou a casa.
A Maria Helena com umas infecções. A Maria José está em Natal, no Rio Grande do
Norte onde a mamãe nasceu. O Padre José Maria está em Guaratiba.
08/04/66 – A minha
querida esposa R. hoje completa 24 anos. Que Deus ainda a conserve por muitos
anos a fim de poder educar santamente os nossos filhos e me ajudar a viver
corretamente. A Dona Lycia ontem chegou de Curitiba com o Luis Armando. Ela
completou ontem 47 anos de vida. Que Deus a conserve! A Dayse já sabe assobiar.
A Sônia já fala algumas frases. O Guilherme está comendo melhor. Ainda não
consegui o trabalho na CCN. Vou tentar na próxima semana. Tenho estudado à
noite no IME com colegas. Ainda não a menor idéia para onde vamos no fim deste
ano.
31/07/66 – O Luis
Armando ficou muito doente. Teve que ir para Curitiba com a Dona Lycia. Ele
está muito mal. Depois fomos todos até lá. Gostei de Curitiba, bem mais calma
que o Rio de Janeiro e com um frio camarada. Voltei para o Rio no dia 20. Estou
com muitas saudades da R. e dos meus queridos filhos. Que logo estejamos juntos
outra vez. Tenho trabalhado na STUP (Societé Tecnique pour la Utilization de la
Pretension) com o Dr Machado, meu professor de Concreto Protendido. O
escritório é na Avenida Rio Branco.
Muito interessante o detalhamento dos cabos e as fases da protensão. A
mamãe está na Europa. Ela foi de avião a jato da Air France.
28/07/66 – Faleceu o
Luis Armando às 19:30. Que pena! Tão moço, ia fazer 21 anos. Que Deus o tenha
no céu e dê forças à Dona Lycia e à R.. Vejo que a vida passa rapidamente. Já
estou casado e sou pai de três criaturas que dependem de mim e para quem tenho
o dever de seu um exemplo e um educador. Quando fico longe dos meus entes
queridos é que sinto que sozinho não valho nada. Sinto-me deslocado no mundo.
Sinto, entretanto falta de realizar algo no setor da engenharia e no Exército e
desejo ganhar mais dinheiro para poder ter uma casa própria e um carro mais
novo e quem sabe outras coisas mais como um sítio para levar os filhos.
31/08/66 – A minha
querida R. continúa em Curitiba com a Dayse, a Sônia e o Guilherme. Sinto muitas
saudades, mas tenho aproveitado bem o tempo para estudar e trabalhar na STUP.
Parece que vou ganhar a primeira remuneração na STUP. Estes dias de afastamento
me fazem dar mais valor à minha querida
“Normalista do Palanque”. Vejo que não a tenho tratado com todo o
carinho que devo. Reli toda a minha vida e com 30 anos chego à conclusão que
todos os segundos da vida devem ser bem aproveitados. Não se pode “afrouxar”
nunca. Já não sou tão católico como era, nem tenho comungado, mas penso que sou
mais sincero perante Deus. Considero-me um homem de boa vontade que ainda tende
para o que é certo. Reconheço, entretanto que antes, após uma boa confissão e
comunhão a paz que eu desfrutava era mais sincera. Estou meio desorientado, mas
espero que Deus me ilumine. Creio que todo homem tem uma missão humana a
cumprir e que deve cumprí-la do melhor modo. Desejo até a morte manter uma
felicidade constante em nosso lar, amando deveras a minha querida esposa e os
queridos filhos. O fim do ano se aproxima e estou a terminar o curso de
engenheiro de construção no IME, o meu grande sonho. Sinto-me imensamente feliz
ao pensar nisso e na realidade uma grande alegria. Graças a Deus estou chegando
ao fim. Até morrer irei me aperfeiçoar e procurar ser um engenheiro competente
para grandeza do Brasil e orgulho dos meus filhos, minha esposa e minha mãe.
Vejo que Deus escreve certo por linhas tortas. Tive que ir para Curitiba, para
Aquidauana, para Resende. Queimei a mão, desloquei-me para Londrina na Marcha
da Produção, fui reprovado duas vezes para afinal entar no IME. Quanto ao amor
tive que gostar da Maria Anita, ficar por quatro a cinco anos obcecado com a
lembrança da Liz, namorar a Aldaleia, namorar a Sheila que terminou o namoro, e
finalmente encontar a R.. Agradeço, entretanto à Liz pois a sua lembrança me
ajudou a não ser mulherengo, pois me poupava para ela. Sinto-me satisfeito com
a vida que tive, sou grato à religião por me ter evitado infelicidades e me ter
dado forças até o casamento. Agora resta educar os filhos, amar a esposa até o
fim e produzir para um Brasil melhor. O que me preocupa agora é onde fixar
residência. Quero ficar no Rio, mas a R. não quer morar aqui. A Dona Lycia
também é contra. Espero que no final dê tudo certo.
15/12/66 – Recebi o
diploma de engenheiro, graças a Deus!
16/12/66 – Entrega do
diplomas pelo Presidente Castelo Branco. Estavam lá: R., Dona Lycia, Maria
Helena, Maria José, Violeta, Sérgio Tavares, Waldeck, Villar, irmã e irmão.
17/12/66 – Vou servir
na CEO-4 (Comissão Especial de Obras número 4) na Praia Vermelha, Rio. Estou
muito satisfeito. É mais um sacrifício para a minha R.. Que seja para o nosso
bem. Todos bem em casa. O Guilherme já anda e gosta de brincar com bola. A
Dayse está muito esperta e a Sônia muito levada.
31/12/66 – Passamos o
Natal em Curitiba. Fui ao baile no Clube Curitibano com a R.. Peguei errado a
calça cinza do terno, mas deu para usar. Na noite de Natal houve a tradicional
distribuição de presentes. Fiquei triste em não poder dar um bom presente para
a Dona Lycia.
ANO DE 1967
JANEIRO - 1967
31/01/67 – A R.
esteve no Rio para me ajudar a fazer a mudança. Ela trouxe a Sônia junto. No
dia 28 fiz a mudança para a casa dos fundos na Rua Desembargador Isidro 46-A,
na Tijuca. Usei um caminhão do 1º RO105 conseguido pelo mano Felippe. Ele me
ajudou e a Maria Helena me deu o almoço.
FEVEREIRO - 1967
01/02/67 –
Apresentei-me na CEO-4.
03/02/67 – Carnaval.
Fui com a R. na 2ª e 3ª feiras no Clube Militar na Lagoa. Encontrei o Lima
Barros e o Ribamar e esposa. Íamos e voltávamos de ônibus. Na volta os jovens
cantavam: “paulinho sem pau é linho, paulinho sem linho é pau, tirando o pau do
paulinho, paulinho fica sem pau”. Eu havia vendido o Volks ao Cap Almeida que
foi servir em Natal. Espero comprar um outro pelo consórcio SAOEx.
08/02/67 – quarta -
Às 13:00 iniciei os trabalhos na CEO-4. Ad maiorem Dei gloriam! Obras no morro
da Babilônia em Copacabana. Fiz um trabalho de pontes.
21/02/67 – terça – A R.
e a Sônia fizeram a viagem de volta para Curitiba com a tia Eleonora. Cheguei
em cima da hora para as despedidas. É uma lástima ter que viver longe dela. A
minha vida fica completamente ruim e a minha força de vontade diminui. Enfim
tudo é para melhorar as condições de vida dela e dos filhos.
25/02/67 – sábado –
Iniciei uma reforma na casa dos fundos da rua Desembargador Isidro, 46 com o
Seu Vadinho.
MARÇO - 1967
04/03/67 – Houve
chuvas fortes no Rio, matando pessoas. Cairam três edifícios no bairro das
Laranjeiras. Nasceu o Alberto, filho da Vera e do Rolando. A minha prima Célia,
filha do tio Françu foi também mamãe.
09/03/67 – A minha
sobrinha Anna teve gêmeos, o Márcioe o Marcelo.
11/03/67 – sábado –
Dia chuvoso. O seu Vadinho não veio na quarta, quinta e sexta e o material não
tem vindo. Ontem recebi uma carta da R. datada do dia 6 (segunda-feira) dizendo
que só naquele dia havia recebido a minha carta e reclamando para eu escrever
mais pois estava impressionada com a morte do Major Lybio King num desastre de
avião. Ela havia ido à missa do 7º dia e visitado a viuva Dona Cleusa. Pediu-me
para concluir a reforma da casa antes de ela chegar, pois os três filhos juntos
(Dayse, Sônia e Guilherme) estão impossíveis. A seguir deu várias recomendações
e no final pediu NCr$150,00 dizendo que a Dayse ia operar a garganta e ela
faria um tratamento. No final, beijos da sua R.. Graças a Deus todos vão bem.
18/03/67 – sábado –
Dia chuvoso. O trabalho do Vadinho, pai e Sebastião rendeu bem. Investi
NCr$2000,00 na Dominium S.A. que mais
tarde faliu. Recebi carta da R.. Todos bem graças Deus! A mamãe almoçou com o
meu irmão Luiz Carlos ontem quando ele completou 38 anos. Hoje o Décio Luiz,
filho dele, completou 11 anos. Como passa rápida a vida! Não tenho feito
ginástica. Continuo com 92 kg. Quero emagrecer. No outro dia senti uma dor no
estômago. Pensei que era uma úlcera. Li um livro muito bom do meu cunhado
Edison: A Conquista da Maturidade. Há três classes de indivíduos imaturos: 1)
Orais, 2) Anais, 3) Fálicos. Substituir arrogância por humildade, inveja por
agradecimento e medo por confiança.
24/03/67 –
Sexta-feira Santa – Ontem estive na STUP. Como o Dr Machado não compareceu,
houve muitas piadas e risadas. Obtive bom rendimento ao traçar as Linhas de
Influência por pontos fixos. Em casa prosseguem os trabalhos do Vadinho, do
Sebastião e do João. Parece que o “ninho” ficará acolhedor aos meus entes
queridos. Ainda não consegui constância na educação física. Não estou com o
espírito da Semana Santa, sentindo-me como um espectador. Estou com muitas
saudades da minha querida “cara-metade” e dos filhos. Ainda bem que o
reencontro está perto.
ABRIL – 1967
15/04/67 – sábado –
Já duas semanas passaram deste novo mês. Por ocasião dos aniversários da Dona
Lycia (dia 7) e da R. (dia 8), enviei telegramas de felicitações desejando
muitas felicidades às duas a quem muito devo. Nesta semana não recebi cartas de
Curitiba. Espero que tudo e todos estejam bem. A Dayse deve ter feito uma
operação na garganta. No sábado passado morreu o TenCel Ary Pinho, com 45 anos,
de um ataque cardíaco. Que Deus lhe dê o céu! Continuo na CEO4, bem satisfeito.
A casa continua em reforma. Os dias têm sido muto bonitos. Inscrevi-me no
consórcio FAECO para um Volks 67, com esperança de receber algum dinheiro por
trabalhos extras. Estive gripado não fazendo ginástica em 3 dias. Controlando
bem o dinheiro para não faltar. Esperando no início de maio estar com a família
reunida.
23/04/67 – domingo –
Mais uma semana passou. Recebi uma carta da R. dizendo que estamos casados há
seis anos e que eu a não compreendia. Ela não quer o meu amor demonstrado
através de presentes valiosos. Ela troca joias, roupas, etc... por um pouco de
amor e carinho. Ainda não sei o resultado da operação da Dayse. Espero que tudo
tenha corrido bem. Dias bonitos no Rio com muito sol, mas eu não tenho ido à
praia. As obras na casa continuam. Espero terminar dentro até sábado para poder
receber a R., a Dona Lycia, a Dayse, a Sônia e o Guilherme. O meu colega Guedes
que estava em Paracambi vai sair de lá. Talvez eu tenha que ir para lá, mas vou
sozinho. Não sei qual será a reação da R.. Hoje vou enviar uma carta para ela
pela tia Eleonora.
MAIO – 1967
07/05/67 –domingo –
Fomos: Luiz, Dinah, mamãe, Décio Luiz, Renato, Roberto, José Victor e eu de
kombi até Guaratiba visitar o Padre José Maria. Parece uma cidadezinha de
interior. Fiquei impressionado com a humildade do meu irmão. Ele está
aprendendo rádio. Almoçamos otimamente. A comida foi levada pela Dinah: pastel,
empada, carne assada, arroz, feijão, bananada e limonada. Conversei bastante
com o mano. Na volta passamos em Campo Grande onde visitamos o Padre Augusto,
meu padrinho. Está abatido e mais velho, com 74 anos. Na volta jantei na casa
do Luiz. Fiquei de voltar lá com a R. e filhos assim que tiver um carro. A casa
ainda está em reforma. Falta cimentar na frente e fazer o muro, colocar o
portão e janelas basculantes. Estou com muitas saudades da minha família.
Espero poder dar bons passeios nos fins de semana quando tiver o carro. Ontem a
mamãe me emprestou Cr$500,00.
14/05/67 – domingo –
Dia da Mães. Ontem cimentei a área da frente com o Seu Vadinho. Hoje almocei
com a Maria Helena e conversei com a mamãe. Com muitas saudades dos meus.
JULHO – 1967
30/07/67 – domingo –
São 12:10 e eu arranjei um tempinho para escrever um pouco. Ontem fomos ao
“Canecão”: R., Lucia, Tereza Cristina, e dois conhecidos da Lúcia: Newton e
Sônia. Entramos rapidamente devido à habilidade do Newton. Passei por filho do
Promotor de Cachoeiro de Macacu. Foi animadíssimo: iê-iê-iê, carnaval e baile
comum. Chope. Muita gente e muita animação. Gostei muito. Foi 0,90 por chope e
3.000,00 o couvert. Regressamos às 04:00. Acordei às 10:00. A Dona Lycia é quem
ficou em casa cuidadndo das crianças e preparou as mamadeiras. Aliás, ela
chegou há pouco de Brasília de onde gostou muito. Desde o dia 27 de maio
estamos todos juntos outra vez, graças a Deus! A casa já está quase em ordem.
Tenho trabalhado tempo integral na CEO4. Os edifícios do morro da Babilônia
estão subindo. Estou satisfeito, mas no futuro espero poder ganhar mais
dinheiro para melhorar o padrão de vida dos meus. Morreram o ex-Presidente
Castelo Branco e o Cel Fontenelle. Tenho descuidado da educação física, mas vou
recomeçar.
AGOSTO – 1967
06/08/67 – domingo –
A R., Dayse e Sônia foram à matinée. A Dona Lycia está na cozinha. O Guilherme
está comigo no quarto. A Lúcia e a Tereza Cristina já voltaram para Curitiba.
Continuo na CEO4 com expediente integral e cuidando de seis obras. Espero
aprender bastante para um futuro mais compensador. Li um bom livro sobre
Comunicação Humana. Na semana passada já fiz ginástica todos os dias.
DEZEMBRO – 1967
O ano está a
terminar. Hoje sábado, dia chuvoso como os anteriores, acordei cedo com o toque
da campainha. Era a Dona Célia, a lavadeira, com a roupa lavada. Os dois
periquitos, bem verdes, que ganhei do seu José Pereira da Silva, encarregado da
obra 4, estavam quietos. De agosto para cá vários acontecimentos: Continuamos
morando à rua Desembargador Izidro 46-A- térreo, na Tijuca. A R. sempre
cuidadosa tem deixado o nosso lar cada vez mais acolhedor. Entramos para sócios
do Tijuca Tênis Clube, para podermos aproveitar melhor o verão. O Luiz me
facilitou a compra da jóia (400,00). A Dayse esteve no Instituto André Luiz,
onde fez o Jardim da Infância. Houve até formatura. Está muito esperta e
cresceu bem. Houve dois dias em que só falava em ganhar um cachorrinho. É que a
Cristiana, filha da Maria José, ganhou um chamado Príncipe. A Sônia, a mais
gordinha está muito bonita e é muito carinhosa. O Guilherme é muito esperto e
levado. Enfim, graças a Deus, passaram o ano bem, sem doenças e me parce que
estão sendo bem educados. No próximo ano a Sônia irá também para a escola. A
Dona Lycia chegou de Curitiba e passamos o Natal juntos. Eu tocava na gaitinha
Noite Feliz enquanto os presentes eram distribuídos. Dei um relógio de ouro
para a R.. Ela me havia dado um anel de engenheiro. Dei um ventilador para a
mamãe referescar as noites de calor. Ela vai bem. Tem viajado para Bahia, São
Paulo e Brasília. Na CEO4 foi entregue a obra 1, meu primeiro projeto de
cálculo, graças a Deus! A obra 2 está para ser entregue. As obras 3,4,e 5
continuam em construção. Estou iniciando o estudo de planejamento usando o PERT
(Program Evaluation and Review Technique). Estou estudando alemão e tenho lido
a revista Time.
ANO DE 1968
30/11/68 – sábado – A
Dayse está com catapóra. Ela está com 6 anos e meio. Hoje a minha sobrinha
Cecília, filha da Maria José faz 5 anos. A Sônia e o Guilherme vão no
aniversário. Só a Dayse não pode ir. O Edison, marido da Maria José, saiu da
Marinha. Eu estou terminando o meu curso na Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais o qual fui obrigado a fazer e fiz muito contra a minha vontade. Amanhã
vou seguir de caminhão para Resende onde ficarei até 5ª feira fazendo as
manobras de fim de ano. Ainda não sei para onde vou no próximo ano. Gostaria de
ficar aqui no Rio para me desenvolver em cálculo de concreto protendido. Fiz um
requerimento para um curso de 1 ano em São Paulo, mas não foi deferido por eu
só ter um ano em orgão de execução. No final de outubro saiu o número do meu
carro no consórcio, mas até agora não recebi o carro. Devo receber no início de
dezembro. Estou também comprando um apartamento pela Carteira Hipotecária e
Imobiliária do Clube Militar. O dinheiro anda curto. Fiz um cálculo de um
edifício de 4 pavimentos pelo qual espero receber NCr$1.300,00, já tendo
recebido NCr$800,00. Também arranjei um cálculo para a STUP não tendo, porém
podido calcular junto. Continuamos morando na mesma casa. A Dayse está
terminando o nível 1 e tem tirado boas notas. A Sônia está terminando o 2º
grupo do Jardim. O Guilherme no próximo ano também deverá ir para a escola. O
meu irmão Felippe foi servir em Manaus, onde nsaceram duas gêmeas, porém uma
está aqui no Rio, em tratamento. Ele, a Suely e o Marcelo estiveram aqui em
outubro. Estão satisfeitos e pretendem ficar lá bastante tempo. O Luiz continua
trabalhando muito e mora ainda aqui na Tijuca. O Padre José Maria continua em
Guaratiba. A Maria José está esperando outro filho para março de 1969. A
Patrícia está no Instituto de Educação e o Newton está aprendendo judô. A
Cristiana está terminando o nível 3. A Maria Helena continua morando na rua
Marechal Trompowski com a mamãe e a Raymunda. A Eliane já está namorando. O
Reinaldo fez um ano em outubro. A mamãe vai bem e espera ir em dezembro ao
casamento da Gilda, filha do Gilberto em São Paulo. A Dona Lycia espera também
viajar para a Europa no ano que vém. Está ajuntando os dólares e continua
morando em um apartamento alugado em Curitiba. Fomos ao noivado da R. Helena,
filha da Heloísa. O Frankinho lá estava com um Karman Ghia. Ainda trabalha no
Banco do Brasil, em Londrina, no Paraná.
Fomos ao aniversário
da Ingrid, filha da Vera e do Rolando (3 anos) e do Ivan, filho da Margarida e
do Ivan (1 ano), lá na casa da Risoleta e do Oscar, que continua General de
Brigada e Diretor da Fábrica do Realengo. Viajando com o Curso de Engenharia da
EsAO, estive em João Pessoa, Natal, Brasília e Araguari onde vi o bom trabalho
desenvolvido pelos Batalhões de Construção do Exército. Na EsAO assisti a
várias e interessantes conferências: sobre a Igreja, por Dom Sigaud, sobre os
Estudantes, pelo Deputado e Ministro do Trabalho, Coronel Passarinho, sobre o
Ministério do Interior, por Albuquerque Lima, sobre o Ministério da Fazenda,
pelo Deputado Delfim Neto, sobre o Ministério dos Transportes, pelo Coronel
Andreazza, e outras do Ministério do Exército. Na EsAo joguei boas partidas de
voleibol e revi vários colegas que não via desde a AMAN. Meus colegas de turma
são: Major Ivo, Major Portela, Major Henrique, Cap Jimenez, Cap Cunha, Cap
Costa, Cap Tales, Cap Aidil, Cap Schmidt, Cap Vargas, Cap Adalberto, Cap Gomes,
Cap Menezes, Cap Resck, Cap Penna, Cap Gutierrez e o Cap Guedes.
ANO DE 1969
23/02/69 – domingo –
Estamos em Bento Gonçalves, no Estado do Rio Grande do Sul. Após a EsAO fui
classificado no 1º Batalhão Ferroviário. A nossa casa é grande e de madeira. O Guilherme
(3 anos) e a Sônia (5anos) brincam com um carrinho de plástico e a R. adverte:
“No chão não!”. A Dayse (6 anos e 9 meses) já esteve aqui perto e me disse:
“Que letra bonita você tem!”. Eu me apresentei aqui no dia 04 de fevereiro.
Viemos, R. e eu no Volks 68 desde Curitiba. Paramos em Lages. Encontrei lá no
2º Batalhão Rodoviário o Clóvis e o Mário Moreira Leite. Em Vacaria encontrei o
Horst Bockler, já meio careca e casado.(Não o via desde a Declaração de
Aspirantes, em 19/12/57). Aqui no 1º BFv encontrei o Brasil ( do IME) e o
Darzan, meio gordo. Como a nossa mudança não chegava a R. voltou a Curitiba e
eu voltei lá no Carnaval para buscá-los. Em Curitiba ainda fomos no baile de
domingo no Círculo Militar, mas só havia gente desconhecida, com exceção do
dentista da 5ª Cia Com, Otto.
09/03/69 – domingo –
Tem feito dias bonitos em Bento Gonçalves. Recebi uma carta do meu irmão Luiz,
dizendo que todos iam bem. Que havia nascido o Edinho, filho da Maria José e do
Edison. A R. arrumou bem o nosso lar. Ele está bem atraente. O Volks está bom,
meio empoeirado. A R. tem dirigido até a cidade. A R. arrumou um quarto para as
crianças brincarem. Estão todas contentes e brincam com as amigas da
vizinhança. Considero o Presidente Richard Nixon, dos Estados Unidos, um
exemplo a seguir em planejamento, ordem, polidez e método. Hoje três
astronautas americanos continuam girando em torno da Terra, numa viagem de 9
dias. Hoje pretendo fazer um planejamento da minha vida.
06/04/69 – domingo – Os
astronautas foram e vieram bem. O Ex-Presidente Ike morreu. A mamãe teve um
espasmo no dia 20 de março, ficando com o lado esquerdo paralizado. Graças a
Deus que ela não morreu e já melhorou. Ontem foi o jantar de despedida do
Tenente Klein e esposa. A R. e eu somos os encarregados do Clube dos Oficiais.
07/04/69 – segunda –
Aniversário da Dona Lycia, 50 anos!
08/04/69 – terça –
Aniversário da R., 27 anos!
20/07/69 – domingo –
A R., Dayse, Sônia e Guilherme estão em Curitiba, com a Dona Lycia. São 16:45 e
está próxima a descida do homem na Lua. São três astronautas norte-americanos:
Armstrong, Collins e Aldins. Dois vão descer no módulo lunar. Tudo em ordem.
Calma pessoal, faltam 24 minutos para a descida. Emoção. 17:05, velocidade de
4km/h. Faltam 8 minutos. Faltam 5 minutos, irradia a Voz da América desde
Washington. Velocidade 3,8 km/h. Aproximação do Mar da Tranquilidade. Ângulo de
25º2’27”. São 17:12. Módulo de Comando. Módulo Lunar. Houston (Texas). Apollo
11. Pouso na Lua. Palmas. 17:15. “Pousamos!”.
AGOSTO DE 1969 - A
Dayse aprendeu a andar de bicicleta com 7 anos.
SETEMBRO DE 1969 – A
Sônia aprendeu a andar de bicicleta com 5 anos e meio. O Guilherme fez 4 anos
no dia 5. Raptaram o embaixador dos Estados Unidos. A Dona Lycia está aqui em
Bento Gonçalves.
OUTUBRO de 1969 –
Tenho tocado violão.
NOVEMBRO de 1969 –
Novo Presidente da República: General Emílio Garrastazu Médici. O TenCel
Morgado vai para Brasília. Tenho trabalhado um pouco em casa para fora, como
engenheiro. As crianças continuam na escola. A R. faz tricô na máquina, costura
e faz crochet.
DEZEMBRO DE 1969
14/12/69 – domingo –
Fizemos um churrasco na casa do Tenente Ruy Carlos.
16/12/69 – terça – A R.,
Dayse, Sônia e o Guilherme foram para Curitiba. Nós fomos até Lages onde
almoçamos com o Cap Dorneles. Fomos com a Dona Irene e o filho Marcelo até
Vacaria. O Cap Leal vai para Boa Vista, em Roraima (6º BEC) .
17/12/69 – quarta –
Morreu o Ex-Presidente Costa e Silva. Mais três astronautas a bordo do Apollo
12 estiveram na Lua.
ANO DE 1970
18/01/70 – domingo –
Dia muito bonito, com muito sol. Resolvemos ir, R. (27), Dayse (7), Sônia (5),
Guilherme (4) e eu (33) a um balneário na cidade de Farroupilha a uns 21 km de
Bento Gonçalves. Fomos no nosso Volks68, verde claro, que está com 11.000km. Lá
as crianças gostaram muito e ficamos todos muito queimados. Encontramos o
Tenente Jornada, o Tenente Marinho e o Sargento Maitelli e famílias. Às 16:30
regressamos e comemos pêcegos no caminho ( 8 por 1,00). O Guilherme demora para
comer. O Batalhão Ferroviário foi reduzido para Companhia. O Major Langsch foi
trabalhar na Ponte Rio-Niteroi. O Capitão Brasil foi para o Comando Militar da
Amazônia.
FEVEREIRO – 1970
Resumo das férias:
Lajes-Curitiba- Guaratuba- Curitiba – Rio de Janeiro (mamãe, Raymunda, Maria
Helena, Maria José, etc.) – Paquetá – Itacuruçá – Muriqui – Guaratiba – Casal
alemão: Heinz, Gundula und Falco – Curitiba – São José dos Campos (Rolando-Vera
– Ingrid – Alberto) – Bento Gonçalves.
Descrição:
30/01/70 – Pela manhã
o Cel Galileu e eu fomos com o Cmt do III Exército, General Breno Borges Fortes
pela linha férrea até Roca Sales. Às 16:00, já liberado, saí com a família de
férias. Às 21:00 chegamos em Lages onde dormimos na Casa de Hóspedes do 2º BRv.
Encontrei o Cel De Leo, o Cap Olsen, esposa Terezinha e 2 filhos. O soldado
Narciso nos atendeu. A Dona Terezinha nos descreveu as dificuldades de vida
destacada no mato longe da cidade. A cidade de Lages continua se desenvolvendo
bem.
31/01/70 – sábado –
Saímos às 09:00 de Lages e chegamos às 14:00 em Curitiba, onde encontramos a
Dona Lycia e a Dona Lina.
06/02/70 – sexta -
Estou lendo um livro em inglês: “Memoirs (1925-50) de George F. Kennan.
07/02/70 – sábado –
Fomos a Guaratuba. Praia. Carnaval no Iate Clube com o Pedro e a Beatriz.
10/02/70 – terça –
Carnaval no Iate Clube : R., eu, Pedro e Beatriz e outros parentes.
12/02/70 – quinta –
Saímos às 16:00 e chegamos às 19:00 em Curitiba.
13/02/70 – sexta – Fui
fazer a manutenção dos 12.500km do Volks.
14/02/70 – sábado –
Saímos às 06:00 para o Rio de Janeiro. Na saída encontramos o casal Heinz
Gieseke e Gundula com o filhinho Falko. Fizemos a viagem juntos e conversamos
em inglês. Gostei muito de poder conversar “in English”. Pena não poder também conversar em alemão.
Vou estudar mais. Separamo-nos em Ipanema. De lá fui para a casa da Maria
Helena que está em reformas. Encontramos
a Maria Helena, Eliane, Josué, Roberto, Reinaldo, e Ronaldo que havia
passado para a PUC.
15/02/70 – domingo –
Lavei o carro com o Ronaldo. Almoço com a Maria Helena. Visitamos o Heinz
Gieseke em Ipanema e depois fomos visitar o Major Langsch, Dona Dalila e filhos
em Laranjeiras.
16/02/70 – segunda –
Fui à Vila Militar visitar o Adalberto. O Crivelli estava em férias.
Encontramos a Dona Mara, esposa do Darzan que está na EsAO. Em Bento Ribeiro vi
uma construção do Seu Orlando r na Vila da Penha tirei fotos do Seu Maroñas em
frente ao prédio por mim calculado e por ele construído. À tarde fui à
Diretoria de Vias de Transporte onde encontrei o Suruagi, o Aragão, o Vilaça, o
Wagner, e o Paiva. Comentários sobre a vida de engenheiro.
17/02/70 – terça –
Fomos a Guaratiba. Padre José Maria, mamãe, Raymunda, Rosane, Ricardo. Fomos a
Itacuruçá. Luiz Carlos, Dináh, Seu Décio, Marquinho. Perdi os óculos escuros ao
tirar caju com o José Maria. O Luiz achou uns dias depois. À noite já no Rio,
com o casal Heinz Gieseke e Gundula fomos ao Barril 1800, onde gastamos 90,00.
Em seguida no Roda Vida gastamos 20,00. Valeu. Foi uma boa variação de vida.
18/02/70 – quarta –
Fomos a Paquetá na lancha das 07:00. Encontramos: Newtinho, Edison, Patrícia,
Maria José, Cecília, Cristiana, Edinho, Maria Lúcia e Antonio Jorge, Flávio,
Tia Rita, Marieta e sobrinhos, Oscar, Risoleta, Oscarzinho, Renato, Violeta.
Praia. Prancha. A Sônia e a Dayse se fartaram de andar de bicicleta. Até o
Guilherme andou de bicicleta. Almoço na casa da Maria José e o jantar na casa
da Risoleta.
19/02/70 – quinta –
No Rio fui até à Morada, STUP (Dr Machado), Construtora Nacional (em falência)
e almocei no Clube Militar. Fui à SAOEX, visitei o subempreteiro João Vicente e
na firma dos Irmãos Goulart só encontrei a secretária.
20/02/70 – sexta –
Fui à CEO4. Lá encontrei o Buttes, o Cel Gerson, o Wagner, o Otto, o Madeira e
os trabalhadores conhecidos. No IME encontrei o Gomes e o pessoal da Turma de
1963 da Engenharia da AMAN. Na cidade vi livros.
21/02/70 – sábado – A
mamãe e a Raymunda voltaram para a casa da rua Desembargador Isidro, 46.
Arrumações. A Anna e a Cláudia ajudando. O Carlinhos do botequim em frente está
com mãe doente. À tarde vimos o Frankinho e o Heinz Gieseke. Fotos . Sérgio com
o pé engessado. Com o Heinz Gieseke até a noite.
22/02/70 – domingo –
Partimos para São José dos Campos às 10:00 e chegamos lá às 14:00. Encontramos
o Rolando, a Vera, a Ingrid e o Beto. Vimos um desastre na cidade. Passeamos.
Dormimos lá.
23/02/70 – segunda –
Partimos para Curitiba. Dificuldade em atravessar São Paulo. Saímos às 10:00 e
chegamos às 19:00.
27/02/70 – sexta –
Passamos estes dias em Curitiba. Continuei a leitura do livro Memoirs.
Almoçamos na Beatriz e Pedro. Jantamos em Santa Felicidade.
28/02/70 – sábado -
Regresso a Bento Gonçalves. Tudo transcorreu bem, graças a Deus!
RESUMO DAS FÉRIAS:
Gostei muito das férias. Volto convencido de que o melhor lugar para mim e a
família ainda é Bento Gonçalves, onde poderei desenvolver o tino
administrativo, o inglês, o alemão, o cálculo estrutural, o violão e pagar as
prestações do apartamento, do Volks e do
telefone, e educar bem os filhos, longe da confusão, poluição e dificuldades da
cidade grande.
MARÇO – 1970
01/03/70 – domingo –
Chegamos ontem em Bento Gonçalves: R., Dayse, Sônia e Guilherme. Muito calor e
pó na Avenida São Roque. Todos esperando que chova devido à falta d’água. Fomos
almoçar fora, na Churrascaria Elite. Ouvimos discos em inglês, estórias e
música.
02/03/70 – segunda –
Reassumi a chefia da Seção Técnica. À tarde houve a Passagem de Comando do Cel
Galileu para o Major Medina.
04/03/70 – quarta –
Fui a Roca Sales com o Cap Calazans e o Arno Splinder. À noite houve o jantar
de despedida do Cel Galileu e da Dona Maria.
05/03/70 – quinta –
Reunião com os Comandantes das Companhias Destacadas e Residência Técnica.
06/03/70 – sexta –
Fui tratar dos dentes com o Tenente Kaeffer. Houve um acidente com dois
soldados.
07/03/70 – sábado –
Fui até a cidade.
08/03/70 – domingo –
Dormi até mais tarde. Toquei violão. Visitei o Tarragô. Tirei uma sesta. Estou
ensinando o Guilherme a ler.
10/03/70 – terça –
Estou como S3 e S5. Providências administrativas.
11/03/70 – quarta –
Saí às 06:00 com o Comandante da Cia, Major Medina para Curitiba. Chegamos às
16:00. O motorista foi o Seu Edgard e fomos em uma veraneio Chevrolet. O major
Medina ficou no Cacique Hotel ( diária de 18,00) e eu fui para o apartamento da
Dona Lycia onde encontrei a Dona Lina.
12/03/70 – quinta –
Fomos à Rede de Viação Paraná Santa Catarina tratar das providências para o
Ferroviário atuar no trecho Mafra-Lages. Falamos com o Dr Ivo, Dr Osmário e Dr
Asinelli. No regresso esqueci a farda . Passamos por Mafra, Major Valentim,
Papanduva, Itaiópolis, Monte Castelo e Lages. Lá encontramos o Tenente Martins
Gomes e um Aspirante R2. Dormimos no 2º Batalhão Rodoviário onde reencontrei o
soldado Narciso.
13/03/70 – sexta –
RT2. Fomos até o Cascata e o C13, e depois Vacaria onde almoçamos. Cruzamos com
uma mulher num carro Dodge do ano, que conversava com sua mãe sobre férias na
Argentina e Rio de Janeiro. Muito blá-blá-blá. RT3, encontramos o Subtenente
Dante e o Sgt Moreira. Regresso a Bento Gonçalves. Graças a Deus, todos bem em
casa.
14/03/70 – sábado –
Dormi até 10:00. Fui à cidade. À tarde contas e ginástica. À noite televisão e
Tarragô. Está esfriando!!!
15/03/70 – domingo –
Coloquei este diário em dia. A Dayse continua lendo muito e pintando. A Sônia
só pinta e o Guilherme também. Às vezes brigam e apanham.
26/03/70 –
quinta-feira da Semana Santa. Estou com idéias de ir para a Diretoria no Rio.
Tenho trabalhado em cálculo. Dinheiro sob controle. Boa situação. Tenho feito
ginástica diariamente. Estou tratando dos dentes. A R. tem forrado as cadeiras.
A Dayse, Sônia e Guilherme na escola. O Cel Galileu saiu General. Houve um
acidente na construção da Ponte Rio-Niteroi onde morreram três engenheiros.
Houve sequestros terroristas. Zagallo é técnico da Seleção. Houve um churrasco
de despedida dos Oficiais R2: Fantinel, Schwab, Azambuja, Grossi e Silva Neto.
O Meinhardt continuou.
Estou sem notícias da
família do Rio de Janeiro.
JUNHO – 1970
11 – Já completei 34
anos de vida, graças a Deus!
12 – Já estamos
morando em uma casa nova, bem confortável. Sou o Subcomandante da Companhia.
Tivemos uma inspeção da Diretoria de Vias de Transporte. Joguei futebol em
Lages onde encontrei o Mário Moreira Leite, o Clóvis, o Ribeiro, o Paulo, o
Olsen, o Barreto César, o Cel De Leo e o Major Iran. Perdemos por 5x0 para os
Infantes. A minha família vai bem. A Dona Lycia mais uma vez conosco. A Dayse,
Sônia e Guilherme continuam frequentando a escola.
AGOSTO – 1970
21/08/70 – sexta –
Aniversário da mamãe. No final do expediente recebi um radiograma nos seguintes
termos: “De Carazinho-nr 83 – Dt 21-Hrs 1110 – Cap Vasconcellos 1ª/1ºBFv
Bento/244/C de 21Ago. Consulto prezado companheiro se aceitará servir 9ºBECnt,
Cuiabá, emprestando sua valiosa colaboração e reconhecido entusiasmo
constituição Sec Tec nossa nova Oragnização Militar. TenCel Paranhos Cmt
3ºBRv”. Eu declinei do convite, pois havia recebido também um convite do meu
amigo Chico Santos para servir na AMAN.
SETEMBRO – 1970
Assisti no palanque
ao desfile do dia 7.
OUTUBRO -1970
Fui a um baile no
Clube Ipiranga com a R.. Ela foi com um vestido novo que ela fez. Está na moda
as mulheres usarem perucas.
NOVEMBRO – 1970
15/11/70 – domingo –
Estamos de prontidão devido às eleições. Tudo calmo. Houve almoço no clube de
Oficiais. Compareceram: Major Medina, Dona Augusta e filhos, R., eu, Dayse,
Sônia e Guilherme, Cap Pompílio, esposa e filhos, Cap Calazans e família, Cap
Marinho e família, Dr Lago e família, inclusive a filha grávida, esposa do
Major Tielet, Tenente Angonese e família, Tenente Jornada e família, Tenente
Junqueira, Tenente Murici e família. A Sônia deixou cair um copo, mas não
quebrou. Ela de tarde caiu no laguinho e veio de castigo para casa. Ela está
com quase sete anos. Todos os três filhos estão bem na matemática. Na semana
passada morreu em Curitiba o tio Raul. Que Deus lhe dê o céu! A Dona Lycia que
vinha nos visitar resolveu ficar em Curitiba com a irmã Eleonora. Recebi uma
carta do mano Luiz. Graças a Deus estão todos bem lá no Rio de Janeiro.
DEZEMBRO -1970
Estivemos em
Guaratuba. Aproveitamos bem. O Volks-69 foi bem até lá. Aproveitei para ler
dois livros. As crianças gostaram dos carrinhos do parque de diversões. O Natal
foi em Curitiba. Ganhei um relógio Seiko da Dona Lycia. Dei um anel para a R..
ANO DE 1971
05/01/71 – Fomos ao
Rio de Janeiro. Muito calor. Todos bem graças a Deus! Fomos a Paquetá onde as
crianças andaram de bicicleta. Visitei o Felippe, o Adalberto, o Cel Wagner, o
Major Wagner, o Major Rubeni, o General Leandro, o Platt, o Bernardes, o Seu
Laudelino e visitei o edifício na Vila da Penha. Visitei o Major Langsch.
Passamos por São Paulo: Gilberto, Gilda, Ademir. Grandes obras na cidade. A
viagem foi boa. Só uma bobina em Registro e um pneu em Mafra.
13/01/71 – quarta –
Apresentação em Bento Gonçalves. A nossa Unidade vai ser transferida para a
cidade de Lages voltando a ser Batalhão. A minha sobrinha Eliane está conosco.
30/01/71 – Estive na
solenidade de encerramento do 2º Batalhão Rodoviário, em Lages. Vai para
Santarém no Pará, com o nome de 8º Batalhão de Engenharia de Construção.
FEVEREIRO – 1971
02/02/71 – A Dayse ganhou
um pastor alemão Rex de um ex-contratado do Batalhão chamado Albino. O Rex
nasceu no dia 03/01/71. Ela está toda feliz. Na primeira noite tive trabalho
para cuidar do bichinho.
18/02/71 – Morreu em
Apareceida, o Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara. Que Deus lhe dê o céu.
Agradeço as suas orientações na minha juventude.
MARÇO – 1971 –
Fizemos a nossa mudança para a cidade de Lages. Tive que ficar 1 mês sozinho em
Bento Gonçalves.
ABRIL – 1971 - Juntei-me à família em Lages. Estivemos, a R.
e eu na cidade de Cachoeira, no Rio
Grande do Sul, visitando o Capitão Pompílio, Dona Dulcina e filhos. Joguei
voleibol. Na Páscoa estivemos em Curitiba.
MAIO – 1971 – Estou
de novo como Chefe da Seção Técnica. Parece que o Major Orlando vem ser o novo
chefe. Já estou estranhando o clima de Lages, com tosse. Chuva fina. Frio.
Recebi uma carta da Maria José. Todos vão bem lá no Rio de Janeiro, graças a
Deus! Aqui em Lages o Rex já está bem grande e incomoda. A Dayse e a Sônia
estão no Centro Educacional e o Guilherme no Colégio Diocesano. A R. está
feliz, pois o Major Edson, a Dona Nora, a Maria Isabel, a Norinha e a Didi
também estão em Lages. O Ismar também veio para o Batalhão. Estive em Porto
Alegre na inspeção do General Venitius, Dr Madureira, TenCel Wagner à ferrovia
L-35-Roca Sales-Passo Fundo.
DEZEMBRO – 1971
11/12/71 – sábado –
Retrospecto:
A R. (29 anos), a
Dayse (9 anos), a Sônia (7 anos) e o Guilherme (6 anos) foram a uma festa no
Clube de Inglês, na cidade de Lages. A R. dirige sozinha o Opala-ano 1972, cor
marron tropical que compramos em novembro. As crianças estão numa fase em que
brigam muito. Hoje pela manhã fomos ver as bicicletas de presente de Natal.
Estou contente em Lages. Estivemos na semana passada em Bento Gonçalves. Fomos
bem tratados. Dormimos em um hotel na cidade de Caxias do Sul e no sábado no
Hotel Vinocap em Bento. Almoçamos na Cidade Alta com a Dona Jurema e o Sr.
Milani. Estive por três vezes no Rio de Janeiro, uma a serviço. A mamãe está
doente e procurei ficar o máximo de tempo com ela. Estivemos duas vezes com o
Opala em Curitiba. A Dona Lycia está de mudança para outro apartamento bem
grande. Foi com o auxílio dela que pudemos trocar de carro. As crianças
estudaram bem e passaram de ano. No Rio visitei o desabamento do Elevado Paulo
de Frontin e neditei sobre a insegurança da vida ao ver os carros amassados em
baixo do concreto e com pessoas dentro. O meu amigo Sergio Tavares foi
transferido para Brasília e já é pai. Soube que o Joélcio também é pai. Durante
o ano como chefe da Seção Técnica pude desenvolver as qualidades de
administração e aprender um pouco mais de engenharia. Resolvi ser mesmo
ferroviário se o Exército permitir. Continuei indo a Bento para ver as minhas
obrinhas residenciais e parece que conseguirei uma em Lages. Assim não esqueço
a parte de cáculo e de edificações. O Tarragô me ajuda nos desenhos. Amanhã os
oficiais vão jogar basquete no Clube Serrano. Tenho jogado futebol de salão,
volei e basqute. Consegui emagrecer 10 kg. Já estava com 103 kg. Baixei para 91
kg. Neste ano compramos também uma outra televisão Philips. Estive em São Paulo
a serviço. A conclusão a que chego é que a vida na cidade pequena é muito mais
saudável e calma e melhor para a família. A Dona Lycia, a R. e eu temos algum dinheiro
aplicado em ações. Após julho a Bolsa de Valores baixou. Aguardamos a mudança
da tendência. Consegui calcular uma Passagem Superior neste ano. Tenho estudado
alemão e lido inglês. Ontem foi o enterro de um soldado que morreu em Roca
Sales devido a um choque elétrico. Que Deus lhe dê o céu! Esperamos passar o
Natal em Curitiba. Hoje escrevi os cartões de Natal para os amigos e parentes.
31/12/71 – Passamos o
Natal em Curitiba com a Dona Lycia. Eu lhe dei um rádio de pilha e corrente. O
apartamento dela em Curitiba é bem grande e bonito. A Dayse e a Sônia ganharam
uma bicicleta. Dei um broche de ouro para a R.. Passamos o ano na casa do Pedro
e da Beatriz. Houve uma festa na garagem.
ANO DE 1972
JANEIRO – 1972
Passamos o mês em
Lages. Tive que entrar para sócio do Clube Serrano para as crianças poderem
aproveitar a piscina. No fim do mês fui com a R. e o Comandante a Brasília, a
serviço. Boa viagem de ida e de volta pela Varig. Em Brasília visitei o Cacaes,
o Walmor, o Fabiano, o Paiva, o Luiz Paulo. Encontrei o Chico Santos, o TC
Wagner, o Gil, o Moura e outros.
FEVEREIRO – 1972
Regressando de
Brasília fui a Itapeva e depois entrei em férias , passeando por Guaratuba com
chuva, Curitiba e Rio de Janeiro. Ficamos na casa da rua Desembargador Isidro,
46 com a mamãe e com a Raymunda. Um dia a mamãe caiu na copa e eu fui ajudá-la a se levantar. Todos
ficamos preocupados.Fui buscar um médico, Dr Nilson, no início dasemana para
vê-la. Revi muitos parentes. Houve o aniversário do Edinho no Clube Piraquê.
Guardei o carro na casa do Oscar. Dizem que o Duca está mal. Visitei a Ponte
Rio-Niteroi, graças à Geotécnica (Dr Alexadre e Dr Grillo). Houve um incêndio
em um edifício em São Paulo. Estive na Barra da Tijuca e gostei de ver as obras
de arte em construção. Visitamos o Felippe e o José Maria. Fiquei impressionado
com a simplicidade do modo de vida dos dois. Comemos churrasco na casa da Maria
Helena e almoçamos com a Risoleta e com a Maria José. Graças a Deus tudo correu
bem. Voltei achando que é melhor a vida em Lages.
MARÇO – 1972
De novo em Lages. O
Major Orlando não vem mais. Parece que continuarei como Chefe da Seção Técnica.
Procurarei melhorar cada vez mais. A novidade na família é que a R. está
esperando um neném. Tudo se repetirá. Que seja feliz e que essa criança nos dê
muita alegria. Não estvava nos nossos planos, mas já que veio dar-lhe-emos todo
o amor!!!
18/03/72 – sábado –
Hoje jogamos futebol de salão com o time da Saúde. Fiz três gols e gostei.
Depois houve um churrasco com muita discussão. Lá estavam: Major Medina, Major
Amaro, eu, Cap Calazans, Tenente Narciso, Cap Robinson, Cap Lindolfo, Tenente
Dirceu, Tenente Glênio, Tenente Martins Gomes, Tenente Prado, Tenente
Nicoladeli, Tenente Junqueira e Tenente Ruy. No outro dia estive em Muçum, no
Rio Grande do Sul, onde vi as obras dos viadutos ferroviários V1, V2 e V3.
Gostei de ver o serviço executado. Tenho tocado violão, acordeão e gaita.
Estive em Bento, Caxias e Gramado procurando umas obrinhas. Em Lages só
consegui uma. Tenho estudado alemão e a R. decoração. A Dayse (9), a Sônia ( 8)
e o Guilherme (6) estão gostando da escola. O Rex está grande e às vezes
incomoda com os seus agrados com as patas sujas. Agora à noite ele está solto.
A R., Dayse, Sônia e Guilherme estão vendo “Os Invasores” na televisão. No
Jornal Nacional deu que houve m forte temporal no Rio. Reli este diário desde
1967.
ABRIL – 1972
Estivemos em Curitiba
onde a R. foi a uma consulta como Dr Guelmann e as crianças aproveitaram junto
da avó. Foram conosco a Maria Helena, a Eliane, o Ricardo e o Reinaldo. No dia
7 a Dona Lycia completou 53 anos e no dia 8 a R. chegou aos 30 anos. Estive em
Porto União onde o 1º BFv ganhou o basquete do 5º BECmb. Foi uma boa excursão.
De regresso a Lages, as crianças voltaram à escola.Um dia a Sônia assistiu ao
programa do Guto na TV, com um vestido novo. O Major Medina vai para o Panamá.
Lançamento do Apolo XVI à Lua. Fomos a um baile no Serrano.
MAIO – 1972
17/05/72 – A Dayse
completou 10 anos. Graças a Deus ela está bem, é estudiosa e boa menina. Ãs
vezes chora e reclama das coisas. Pediu-me uma scaletta e um disco “O Primeiro
Amor”. Fez uma festinha na casa pintada,
para as amigas. Estive em Bento Gonçalves vendo as obrinhas. O Engenheiro João
Pompermayer me ajuda bastante. Tirei fotos das obrinhas e comprei um album
japonês. Em Caxias do Sul usei pela primeira vez um cartão Credicard, comprando
um abridor de garraf grande, por Cr$25,00. A Dona Lycia está conosco. Ela veio
para o aniversário da Dayse. A barriga da R. está crescendo devido à gravidez.
A Sônia e o Guilheme vão bem. Os americanos fizeram um bloqueio com minas no
Vietnam. Terminei o cálculo de uma obrinha em Lages.
JUNHO – 1962
23/06/72 – sexta –
Estive no Rio onde revi a mamãe. Todos bem, graças a Deus! Só o Duca é que está
doente. A Maria Helena me deu uma garrafa de uisque estrangeiro. O Hélcio ia
fazer uma operação. Fui com o Coronel Schlemm e esposa, que ficaram na sede do
Clube Militar na Lagoa. A Maria Helena está falando em ir à Europa. Na igreja
dos Sagrados Corações, na rua Conde de Bonfim, na Tijuca, admirei-me ao ver os
“velhinhos” que eram moços na minha infância. É o tempo que passa
inexoravelmente! Assisti a um filme “O Vilão” no Metro Tijuca, sobre um chefe
da máfia que era homosexual. Estive no Banco Central com o Luiz tentando
convencer o nosso cunhado Frank a assinar uma escritura. Almocei com a Maria José e com o Edison. A Raymunda lavou a
minha roupa. Encontrei o Rolando e a Vera na casa do Oscar. Estive também em
Volta Redonda com o Raul e a Verinha. Dormi lá. Eu Curitiba dormi na casa do
Pedro. Em São Paul fiquei no Hotel San Fernando. Ao chegar em Lages, retornei a
Curitiba com a Dona Lycia, a R. e as crianças. O frio chegou! No dia 03 fizeram
uma festa na buate do clube do quartel. Hoje vi que estou bem colocado no
Quadro de Acesso por merecimento a Major. Está próximo o início do avançamento
dos trilhos em Itapeva, São Paulo. Neste mês completei 36 anos de vida, gracas
a Deus!
SETEMBRO – 1972
12/09/72 – terça – Às
11:05 nasceu a Lycia! Graças a Deus, tudo correu bem. Foi na Maternidade Tereza
Ramos, em Lages. A R. esperava para início de outubro, mas veio antes. Ela
pensava que ia para Curitiba na próxima semana! O tempo está esquentando. A
Dona Lycia está conosco. A Dona Nora também nos tem ajudado bastante.
ANO DE 1973
FEVEREIRO – 1973
26/02/73 – segunda –
Às 15:45 morreu a mamãe! Ainda na segunda-feira anterior quando a tínhamos
levado para o HCE no Rio, após muita discussão entre os familiares no domingo,
eu havia cantado para ela as músicas de igreja e no final ela havia levantado o
braço dando a entender que escutara tudo. No dia seguinte entrou em coma
profunda só saindo para coma superficial no sábado, dia 24. Eu pensei que ela
ia ficar boa, mas no domingo a febre que ficara durante a semana em 38,5 ºC,
aumentou para 39 e na segunda para 40,41 e quando chegou a 41,95, ela morreu.
Que Deus lhe dê o céu! Das filhas, só a Risoeta e a Heloísa nã estavam
presentes. Choramos bastante. Na capela achei a mamãe muito bonita, como se
estivesse dormindo. Depois chegou o caixão, colocamos o corpo dentro e cobrimos
de flores. Em seguida foi levada para
casa na rua Desembargador Isidro 46, onde outros parentes a esperavam.
27/02/73 – terça – Às
14:0, após beijá-la, cobri o caixão que foi evado para cemitério do Catumbi. Às
15:00 ela foi enterrada. Fiquei ainda um pouco lá não qerendo deixá-la. A
Raymunda também ficou bem triste com a morte da mamãe. Ela vai ficar com o
Ronaldo, no Rio. A Maria Helena vai para Brasília no dia 5 de março. Regressei
a Lages, com o Edison na Variant vermelha. A Maria José vem de ônibus. Estive
em Paquetá dois dias com a Risoleta. Goste muito. Nadei no Tijuca Tenis Clube.
Em Lages tenho nadado no Serrano. A Lycinha está crescendo bem engraçadinha! O
Guilherme aprendeu a andar de bicicleta com 7 anos.
JUNHO – 1973
10/06/73 – Domingo de
Pentecostes – Levei a Dayse, Sônia e Guilherme à missa na Catedral. A Sônia leu
bem uma oração ao microfone. Oferecemos rosas à Dona Lycia pelos 32 anos do seu
casamento e à R. pelo dia dos Namorados. A Lycinha pela primeira vez usou o
piniquinmho. Neste mês completei 37 anos de vida, graças a Deus! A R. e a Dona
Lycia fizeram um bom jantar no clube. Ganhei uma raquete de tênis e duas
loções. Tenho feito a loteria esportiva usando o método de falsos duplos e
falsos triplos, mas sempre falta um jogo para fechar os 13 pontos apesar do
grande número de cartões perfurados.
JULHO -1973
06/07/73 – sexta –
Estivemos em Curitiba para o casamento da Lúcia, prima da R., com o Maurício.
Durante os cumprimentos a avó Élia se sentiu mal. A R., a Dayse, a Sônia e eu
tivemos que dormir em um hotel, pois a Dona Lycia não ouviu o toque da
campainha. Ela estava dormindo com o Guilherme e a Lycinha. Aproveitei e dei um
pulo no Rio de Janeiro, indo de ônibus. Revi a Raymunda, o Luiz e a Dináh, a
Anna, o Ronaldo, o José Victor, o Décio Luiz
e o Marcos, os filhos da Anna e telefonei para a Risoleta. Todos bem
graças a Deus! Visitei a sepultura da mamãe.
31/08/73 – Fui
promovido a major, graças a Deus! Recebi diversos telegrams de felicitação, do
Cap Borges, do General Newton, do
Clovis, do Waldeck, do Felippe, da Risoleta, da Maria José, do Portela e
do Camargo.
ANO DE 1974
01/06/74 – Hoje é o Dia
da Primeira Comunhão da Dayse (12) e da Sônia (10). A R. e eu também comungamos
após muitos anos, graças a Deus!
13/06/74 – quinta –
Festa de Corpus Christi. Estou com a Lycia (1 ano e 9 meses) sentada na
poltroninha do pinico. Hoje o Brasil jogou com a Iugoslávia e foi 0x0. A R.
está trabalhando muito, pois está sem empregada. A Carmelita voltou para Lages.
Todos estamos gripados. A R. foi visitar a Dona Lina no Lar Dona Ruth, com a
Sônia, no Opala. A Dayse e o Guilherme estão dormindo. São 18:00. A Dona Lycia,
a Tia Eleonora, o Tio Nery e a Tia Emmy estão no Rio. Nós estamos morando desde
o dia 01/04/74 à rua Almirante Gonçalves, 1865, em Curitiba, pagando
Cr$1.200,00 por mês de aluguel. Estou trabalhando na CRO/5 (Comissão Regional
de Obras) como Chefe da Seção Técnica. O Chefe da Comissão é o TenCel Publio
Antonio Portela. Comigo estão o Cap Arno, o Cap Eraldo e o Cap Cunha Mello. No
dia 28 de abril, faleceu o Tio Arildo, casado com a Tia Lourdes. Deus lhe dê o
descanso eterno!
20/08/74 – terça –
Estamos jantando. A Lycia está com 1 ano e 11 meses. Está resfriada. A R. está
dando a sopinha para ela. A Dayse, a Sônia e o Guilherme vêm televisão no
quarto. A Dona Lycia está reclamando do pó e da cafeteira. Recebemos um convite
para ir ao 1ºBFv no Baile do Soldado. A R. conseguiu uma empregada, a Lady, com
15 anos. Tem feito frio de manhã e de noite. Ao meio-dia está quente. Tirei um
curso de cobol e estou estudando alemão. Tenho feito educação física no CMP.
Tenho viajado a serviço para as cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava,
Ponta Grossa, Apucarana, Joinville e São Francisco do Sul para acompanhar as
obras.
31/08/74 – sábado –
Estivemos no sábado e domingo passados em Lages. Fomos muito bem tratados. A R.
e eu fomos a um baile no Clube dos Oficiais. A Dayse, a Sônia e a Lycia
dormiram na casa do compadre Major Amaro e Dona Nora. Revimos muitos
conhecidos. Nesta semana viajei para Ponta Grossa, Guarapuava, Cascavel e Foz
do Iguaçu. Estive mais uma vez no Paraguai, trazendo lembranças para a turma. A
Dayse hoje estudou em casa com duas colegas da escola. A Dona Lycia está dando
a comida para a Lycia, que no próximo dia 12 fará 2 aninhos! Graças a Deus vai
indo bem.
01/09/74 – domingo –
A avó da R., Dona Élia almoçou hoje aqui em casa com a Tia Eleonora e a Dona
Lycia. Ela relembrou o passado dizendo como havia educado os filhos. Ela está
com 81 anos, mas está bem lúcida e conservada. Disse que nunca fez dieta ou
ginástica. Fica contrariada ao ver que não cuidam do quintal e do jardim da
casa dela que agora está alugada.
07/09/74 – sábado –
Anteontem o Guilherme fez 9 anos. Dei-lhe Cr$100,00 de presente. Não houve
festa. Hoje levei a Dayse (12) e o Guilherme para verem o desfile de 7 de
setembro. Gostaram. O Colégio Militar desfilou. Foi o único a desfilar devido
ao surto de meningite. Os carros de combate e as viaturas não desfilaram por
medida de economia. Há uma crise mundial devido ao fato de os árabes haverem
elevado o preço do barril de petróleo. Vi no palanque alguns Oficiais
conhecidos que já passaram para a reserva. Ontem recebi uma carta da minha irmã
Maria José. A Maroquinha faleceu e a Afonsina está muito doente. O Ronaldo fez
operação na garganta e o Oscar teve uma recaída do derrame. O Edison viaja
muito para Brasília e São Paulo. A Raymunda enviava lembranças. Querem vender
os seringais e alugar ou vender as casas da rua Desembargador Isidro, 46. Que a
mamãe tinha razão quando dizia que desta vida nada se leva. Que ela Maria José
iria viajar sempre que pudesse e que a qualquer hora apareceria aqui em
Curitiba. Estou ouvindo o tocafitas da Dayse. Coloquei uma fita em que canto e
acompanho no violão. Na CRO/5, o Cap Arno não conseguiu uma licença de seis
meses para poder trabalhar na CBPO, no Paraguai. O Cap Cunha Mello está em
licença devido a um acidente na BR277. Eu vou continuando a minha rotina,
sentindo às vezes saudades do 1º BFv, ainda mais agora que vai receber 50
milhões em 1974 e 240 milhões em 1975. Sinto estar fora deste momento
ferroviário. Espero voltar um dia se for o meu destino. Na CRO5 procuro acertar
e aprender o máximo. Espero aproveitar a cidade de Curitiba para proporcionar
melhor estudo aos filhos.
ANO DE 1975
16/03/75 – domingo
chuvoso- Estivemos todos nas férias em Guaratuba, Rio de Janeiro e São Paulo, a
R., eu, a Dayse, a Sônia, o Guilherme e a Lycia. No Rio de Janeiro ficamos na
casa da Maria Helena. O Josué ainda trabalha em Brasília. A Raymunda cuidou bem
da gente. A Maria Helena trabalha na matriz do Padre José Maria ( o único que
não vimos, pois estava de férias em Minas Gerais). O Luiz trabalha na ECT com o
primo Tristão. Fomos ao sítio do Edison e visitamos a Maria José. Fomos a
Paquetá e visitamos o Oscar (em recuperação) e a Risoleta. Vimos e passamos
pela nova Ponte Rio-Niteroi. Visitamos o João Bosco em Niteroi. Visitamos a
Heloisa no Leblon e o Felippe em Campo Grande. Brincamos o carnaval uma noite
no Tijuca Tenis Clube e outra no Clube Militar. Fomos a um Parque de Diversões
na Lagoa, onde as crianças brincaram muito. Fomos à Barra da Tijuca. Visitei o
Cap Calazans no IME e o Osires na Engefer. Em São Paulo visitamos o Gilberto e
a Maria Helena. Jantamos com o Raul e a Vera. Graças a Deus o Opala não deu
problemas e tudo correu bem. De volta a Curitiba, tudo recomeçou. “Tudo voltou
ao seu lugar, depois que a banda passou!”.
O Guilherme está no Colégio Santa Maria. A Dayse e a Sônia estão no
Colégio Divina Providência. Tenho ido bastante ao Círculo Militar para natação
e tênis. Não tenho almoçado. Na CRO/5 estou com tudo em dia. As obras vão indo
bem. Continuo o estudo de alemão, mas pretendo não calcular mais.
27/04/75 – domingo de
sol – A novidade é uma nova televisão a cores Philips que compramos pela
passagem de mais um aniversário da R., no dia 8 (33 anos). A TV é muito bonita
e todos têm dado preferência a ela, mas não deixamos de usar as outras duas em
preto e branco. Uma está na copa e a outra em nosso quarto. Geralmente eu vejo
o Jornal Nacional e elas vêm a novela “Meu Rico Português”e às vezes o
Guilherme quer ver filme no outro canal. Comprei também uma máquina fotográfica
para tirar slides. Estreei ontem tirando fotos do jardim e do parquinho de
diversões. A Dayse (12), a Sônia (11) e o Guilherme (9) são muito corajosos e
foram em todos os tipos de divertimento. A Lycia (2) só foi no carrinho, pois
nos outros ela chora. Ontem a R. foi ao Cemitério Municipal para visitar o
túmulo onde foram enterrados o Dr Armando e o Luis Armando. A Dona Lycia está
desde o início do mês lá no Rio com a Tia Eleonora. A R. já telefonou duas
vezes dando notícias daqui. A Sônia e o Guilherme estão aprendendo a tocar
piano. A Dona Lycia nos deu um piano principalmente para a Sônia poder
aprender. A Dayse, a Sônia e o Guilherme são muito bons alunos na escola. Às
vezes estudam de madrugada. São filhos muito bons, graças a Deus! Tenho ido à
missa aos domingos às 09:30 com o Guilherme e a Sônia. A R. e a Dayse vão à
tarde. Estou gostando do serviço na CRO/5 e talvez volte a calcular. O Cap Arno
vai para os Estados Unidos estudar durante dois anos. O Cap Heraldo foi ser
professor de Física no Colégio Militar. O Cap Cunha Mello fraturou o pé na
motocicleta Honda. Tenho viajado a Florianópolis e Criciuma em Santa Catarina.
As obras são boas e atraem. Sou Assessor Técnico da firma Guedes & Braga,
em Castro, mas até agora não acertei a parte financeira. No dia 24 de abril o
1ºBFv completou 86 anos. Recebi um convite, mas não fui ao baile devido às
despesas de viagem. Ando terminando o mês no negativo. Estou procurando economizar.
Tirei o dinheiro dos Fundos meu e dos filhos e coloquei na Poupança.
01/05/75 – Reli minha
vida. Dá vontade de chorar. Não entendo a vida. Como passa rapidamente. Como
vão morrendo os entes queridos: papai, mamãe, sogro, cunhado, tios... Como são
feitas coisas desnecessárias a um objetivo. Quantas bobagens, quantas intrigas
bobas. Hoje coloquei e gravei estórias e música para a Lycinha (2 anos e meio)
. Ela gosta muito de mim. Pede papel e quer que eu desenhe a cara de uma mulher
e de um homem. Depois pede uma tesoura para cortar ou um esquadro para riscar.
Sempre que estou durmo com ela depois do almoço, cantando a música do “peixe
frito”. Ela é muito engraçadinha. A Dayse, a Sônia e o Guilherme já estão bem
crescidos. Gostam muito de ver filmes na nova televisão a cores. A nova
empregada Marlene é trabalhadeira e gosta de conversar. Hoje consertei a
lâmpada fluorescente da cozinha trocando o starter. A Marlene me ajudou. A R.
está bonita. Tem feito ginástica no Círculo Militar. Não gosta de dirigir o Opala
72, mas sempre tem mandado um menino limpar. Ela cuida bastante do jardim em
frente à nossa casa. O aluguel aumentou para Cr$1.440,00 por mês. O dono é um
engenheiro do DNER, José Maria Laporte. Ainda estou pagando o apartamento da
Carteira Hipotecária e Imobiliária do Clube Militar, à rua José de Alencar,
onde moram a Elyane e o Fayet que estão terminando a sua nova casa no Jardim
Social. Às vezes pensamos em construir uma casa para a gente, mas não temos
recursos. Procuro não brigar com a R., para depois não me arrepender, mas passo
por uma fase em que estou meio insensível à vida em casa. Acho que são os anos
“enta”que estão chegando. Li o livro “A Vida Sexual Depois dos 40” e fiquei
impressionado. Às vezes penso que o que eu tinha que fazer, já fiz. Não há mais
ilusões. Agora é criar e educar os filhos, envelhecer e morrer. Depois da morte
da mamãe o mundo ficou sem graça para mim. Olho então para os filhos e penso
que não os posso abandonar. Afinal eu tive pais e eles também precisam ter.
Parece que a vida no trabalho é mais agradável que ficar em casa. Pretendia
calcular hoje, mas não o fiz. Preferi reviver o passado. Que interessante rever
tudo desde a minha infância. O tempo passa inexoravelmente. Vou dormir com a
cabeça meio confusa. Amanhã é uma
sexta-feira, dia de trabalho, aniversário do 5º BECmb onde fui jogar em 1959.
Como passa a vida. Voa. E as pessoas. E aquela moça que achei muito bonita ao
andar pela Praça Zacarias quando eu era aspirante, nunca mais. Passei no outro
dia em frente à casa da Sheila. É nesta mesma rua onde moro. Que coincidência.
Nunca mais a vi. As filhas do General Edison, também nunca mais as vi. Devem
estar casadas e com filhos. Cruzei no outro dia com o General Edson. Já não tem
mais aquele vigor dos tempos em que eu Tenente jogava basquete com ele. Achei o
Major Félix também mais envelhecido. O TenCel Dirceu está comandando o 5ºBECmb
em Porto União. Ele vai bem. O Sérgio está em Brasília, casado e com filhos. O
Joélcio em Florianópolis, estagiário da EsCEME, casado e com filhos. Eu agora
não ligo mais para o basquete. Só tenho jogado tênis. O Iacri ainda joga
basquete e fez um Torneio semelhante àquele de 1959. O Fluminense foi campeão
da última Taça Guanabara. Vi os dois últimos jogos contra o Botafogo e contra o
América pela TV a cores e a em preto e branco. A Dona Lina está em um casa para
idosos. Nós vamos visitá-la de vez em quando. Tenho viajado para ver as obras
em Florianópolis, Blumenau, Joinville, Criciúma, Ponta Grossa, Guarapuava e
Cascavel. A minha vida finaceira está apertada apesar de receber Cr$8.000,00
por mês. A Dona Lycia nos tem ajudado. Os comunistas venceram no Cambodja e
estão vencendo no Vietnam.
29/05/75 – Corpus
Christi – Hoje foi feriado. Fui à missa. O Guilherme dormiu no apartamento da
Dona Lycia. A Lycinha todas as noites vem dormir na nossa cama. Hoje fez um dia
bonito. A Dona Lycia, a Tia Eleonora e a Beatriz, prima da R. estão se
preparando para dar um passeio na Argentina onde o Cruzeiro vale 4 vezes o
Peso. Parece que há muitos brasileiros indo até lá. Hoje escrevi uma carta para
o Felippe enviando a última prestação
(Cr$4.400,00) que devo a ele pela compra da parte dele no apartamentinho
de Botafogo. Na quinta-feira passada, fui com o Major Pereira, gaúcho de Santo
Ângelo, em avião Bandeirante até Londrina e Maringá e por rodovia até Cianorte
e Umuarama. Achei Maringá uma cidade bem grande. A viagem foi boa, graças a
Deus! Achei o Bandeirante um bom avião. Tenho passado slides em casa,
relembrando com saudade o passado. Não tenho recebido notícias do Rio. Não
tenho calculado. Tenho estudado alemão, lido a revista Time, a revista Veja,
Ferrovias e Engenharia. No mês de maio, graças a Deus virei o mês sem saldo
negativo no Banco do Brasil, mas mesmo assim a vida está apertada e não vislumbro
muita melhoria e não pretendo comprar coisa cara até o final do ano, para poder
equilibrar as contas. Também espero que venha algum dinheiro de aluguel do
apartamentinho no Rio. A minha idéia é sempre manter a forma física e adquirir
bastante experiência na engenharia de construção para daqui a seis anos, com 45
anos de idade pensar em ir para a reserva e tentar nova vida fora do Exército.
Deus é quem sabe!
17/07/75 – Nevou em
Curitiba! Foi aquela sensação! Quando acordei a R. dizendo que o jardim estava
branco ela não acreditou! Fomos para fora de casa e tiramos fotos. Pela
rua também todos comemorando. Na CRO/5
também tirei fotos.
31/08/75 – domingo –
Ontem o Fluminense ganhou do Atlético Mineiro por 5x2 no Maracanã. Ele já era o
campeão carioca. Hoje escrevi duas cartas para o Rio, uma para a Maria José e
outra para o Luiz. Soube que o Affonso é pai de uma menina, a Mariana e que a
Eliane teve um menino, o Leonardo. Soube que o Agostinho, irmão do José e filho
da Gonzaga foi morto. Que o Cap Moura se suicidou. A R. e a Dayse estiveram
também na Argentina. Tiraram muitos slides. Tenho ido à missa aos domingos. A
Dayse, a Sônia, a R. e o Guilherme nem sempre vão. Continuo estudando alemão.
Já estou no 5º semestre. Continuo vendo as obras da I.C. Guedes. Tenho mantido
a correspondência com o Cap Calazans, Cap Borges e Sgt Schwartz. Continuo na
CRO/5 viajando um pouco. As obras vão indo bem. Não tenho mais calculado. O
Guilherme e a Sônia perderam aquele entusiasmo pelo piano. A TV a cores Philips
que comprei deve ter atrapalhado um pouco. O Cap Arno me escreveu dos
Estados Unidos, onde está tirando um
curso. O Major Sérgio Tavares andou aqui por Curitiba. Veio com o Major Hélcio
que tinha sido meu veterano na EPSP. O Major Joélcio continua em Florianópolis.
A minha família vai crescendo bem. As crianças nas escolas e a Lycinha em casa.
16/11/75 – domingo –
Hoje fui à missa das 09:30 sozinho. A R., o Guilherme e a Lycia foram ao
cinema. A Dayse e a Sônia ficaram em casa. O tempo já esquentou. Fico de
bermudas e sem camisa como no Rio. Começou a temporada de piscina no CMP. Hoje
regularizei a minha situação e a do Guilherme. As crianças estão estudando bem.
A Dona Lycia e a R. estão costurando bastante com a Dona Tatiana. A empregada
Vilma foi embora. Hoje consertei o fogão e o ferro de passar roupa. Vi na TV a
cores Fluminense 0 x Corintians 0, Flamengo 1 x São Paulo 1. Tenho ido de
segunda a sexta jogar tênis com o TenCel Portela no CMP. Do Rio as notícias são
normais. Comprei uma HP25 e regularizei a minha situação de Engenheiro
Autônomo. Só faltam os serviços! Continuo dando apoio à I C Guedes, de Castro,
visitado o Cap Ubaldo e as ferrovias. A Dona Lina faleceu no dia 16 de
setembro, lá no Recanto Santa Fé, no Jardim Social. O enterro e o velório
tiveram um bom apoio do Tio Ernani. Na CRO/5 o serviço vai indo bem. Estou
gostando. Não tenho viajado muito. Uma sinusite está me incomodando um pouco.
Quando jogo tênis não almoço. Continuo no alemão, mas é difícil.
31/12/75 – Houve missões,
mas nós não participamos. Uma noite houve a vinda de imagem de Nossa Senhora em
nossa casa e outra noite no apartamento da Dona Lycia. No final do ano consegui
dois serviços de cálculo, uma residência para o Cel Agnel, professor do Colégio
Militar e um frigorífico em Nova Aurora para o Engenheiro Egon Langer. Renderam
Cr$11.000,00, mas devo pagar Cr$1.200,00 ao desenhista. Gostei muito de usar a
HP25 e fiz bons progaminhas. O Natal como sempre foi muito bonito e com
bastante presentes. Terminei o 5º semestre de alemão, mas ainda não entendo o
que ouço através da Deutsche Welle. E
assim chegamos ao final de mais um ano. Ano em que nevou em Curitiba e eu
completei 39 anos de vida, graças a Deus!