DESFEITEIRA

Dança folclórica de caráter humorístico, criação dos escravos africanos e dos índios paraenses, que habitavam a aldeia dos índios Borrai era muito cultivada pêlos  elementos que após o trabalho se divertiam no barracão, cantando, dançando e tocando as suas próprias criações artísticas.

  A dança da desfeiteira era a predileta dos elementos que aproveitavam essa oportunidade para se vingar dos seus patrões e tirarem “graça” com seus próprios companheiros. A denominação de desfeiteira vem do fato de que, em determinado momento da dança a “música” para de tocar e o dançador que estiver na frente do conjunto é obrigado a cantar uma pequena quadra.

Aproveitando-se então dessa oportunidade os negros ( escravos africanos ) e os caboclos indigenas paraenses cantavam quadrinhas picantes, muitas vezes desrespeitando seus próprios patrões que não interferiam a fim de que, não ouvisse quebra de amizade, as mulheres costumavam cantar aS quadras quase sempre pela imunidade que o sexo lhes dava, abusavam dessa liberdade e criavam de improvisos as quadrinhas mais indecorosas.

  A formação da dança é de duas colunas de pares, sem número determinado, ficando quase sempre as mulheres à direita dos homens.
Quando a música se inicia, estando os homens com o braço esquerdo virado para as costas e a mão direita segurando a mão esquerda da dama, esta marcando os passos com o seu companheiro executa muitos movimentos ritmados com a saia marcando para a frente e para trás.

Na Segunda repetição do tema musical os pares se enlaçam e em passos saltitante, procuraram formar um grande círculo que gira em sentido contrário dos ponteiros do relógio.

Na terceira – repetição da música, os pares se desligam e dançam com braço esquerdo para cima e a dama segurando a saia com o braço  livre, girando uma vez para um lado e outro, na interrupção da música o par que estiver mais próximo do conjunto cantará uma quadra sem acompanhamento, enquanto os outros pares enlaçados marcam os passos no mesmo lugar.

Para a saída, os pares na mesma posição da entrada  realizam passos saltitante com os pares formando um só coluna. Uma dança originaria de Altear do Chão – Santarém – Pará. Para o acompanhamento musical, são utilizados instrumentos de pau, de corda e de sopro como: Curimbós, maracás, ganzáz, banjos, cacetes e flautas.



 

  INDUMENTÁRIA

Os dançarinos vestem-se igualmente à dança do carimbo, ou seja, a dama com blusa branca de gola quadrada e saia rodada e o cavalheiro com calça arregaçada e camisa colorida, igualmente descalços.