MARUJDA DE BRAGANÇA
 
 

A dança teve origem no município de Bragança em torno de 1798 durante a festividade em homenagem a São Sebastião. Esta dança nasceu de uma autorização dada a 14 escravos devotos de São Benedito, que assinaram o compromisso (estatuto) e fundaram a irmandade (Marujada).



A Marujada de Bragança apresenta uma variação Ritmica muito diversificada, possuindo as seguintes danças. 
 

RODA
RETUMBÃO
MAZURCA
XOTE
VALSA
CHORADO
CONTRA-DANÇA


 

Desde o início procurou-se ter cuidado na escolha dos instrumentos adequados para dar ritmo a esta dança, quando então os escravos adaptaram couro de animais silvestres, devidamente preparados, secados e esticados, em cada uma das extremidades dos troncos (curimbó) deixando, porém, um dos lados livres para o efeito sonoro desejado. Os tambores eram ouvidos de muito longe e segundo a crônica da época, "retumbavam". Daí porque a primeira e mais importante dança da Marujada tem o nome de Retumbão.
 


 

Hoje não há em Bragança escravos e pouquíssimo são os negro, quase não há. Dissolveu-se tudo nessa cultura maravilhosa que é a cabocla. A Marujada não tem raça, não tem cor, se não a bronzeado do paraense, embora entre marujas e marujos se encontre pessoas dos olhos tão azuis quanto o céu, tão bons quanto o santo na sua humilde avassaladora.


INDUMENTÁRIA

A indumentária é muito bonita. Homens vestem calças e camisas brancas com um laço de fita de cetim vermelho amarrado no braço direito. Usam chapéu de palha, revestido de morim branco, enfeitado com fita de cetim, larga, como uma barra, cujas pontas, entrelaçadas, pendem para o lado direito.

Inicialmente, as primeiras roupas das mulheres foram cedidas pelas sinhás e consistiam de vestidos que estas não usavam mais por estarem fora de moda. Depois as marujas paramentavam-se com saias de chitão, o mais colorido possível e blusas de rendão branco que iam aproximadamente até o meio das coxas. Posteriormente essa vestimenta foi modificada, e hoje elas trajam uma saia vermelha, bem franzida, blusa de cambraia branca bordada e, sobre esta, uma faixa larga de fita vermelha de gorgorão, com uma grande rosa do mesmo material.

O ponto alto da indumentária feminina é o chapéu. Este, é de palha, forrado de tecido branco, com uma espécie de armação de arame onde ficam as flores feitas de penas de pato, brancas. Essas flores cobrem inteiramente o chapéu, de cujas abas pendem doze fitas largas, de cores diversas, bem compridas. A Capitoa, sempre a mais velha do grupo, e a única que usa vestimenta diferente (vestido azul) carrega na mão, um bastão dourado, o símbolo da sua autoridade. Homens e mulheres dançam, sempre, descalços.

As apresentações são, preferencialmente, no período que vai de 25 de dezembro até o dia 6 de janeiro, do ano novo. É interessante registrar que, no dia 25 de dezembro, as mulheres dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. Já no dia 26, quando São Benedito é festejado, é que as mulheres usam as saias vermelhas, e os homens a roupa branca.


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