DANÇA DO SIRIÁ
O Siriá é uma dança originária do Município de Cametá. É considerada uma expressão impetuosa de amor, de sedução e de gratidão ante um acontecimento que, para os índios e para os escravos africanos foi algo sobrenatural. Um milagre, uma bênção.
Segundo o professor Adelermo Matos,
que estudou a fundo a verdadeira origem da dança, os escravos, após
um dia exaustivo de trabalho e maus tratos, eram finalmente liberados,
sempre à tardinha, sob fiscalização para caçarem,
pescarem ou saírem à procura de frutos que lhe matassem a
fome. Certo dia foram a uma praia na tentativa de encontrarem peixes e,
em lá chegando, extasiaram-se com a indescritível quantidades
de siris por sobre a areia. O mais estranho e maravilhoso é que
aqueles crustáceos não ofereciam a menor resistência
ao serem apanhados. E assim aconteceu durante muito tempo. Então,
dominados por um imenso sentimento de gratidão por seus protetores,
em curto período, ensaiaram os movimentos da nova dança a
que batizaram de Siriá.
O nome Siriá, surgiu devido a grande influencia do sotaque (distorção linguística) dos caboclos e escravos da região. Normalmente, os interioranos não usam a correta pronuncia de certas palavras, e aqui não foi diferente. Um dos exemplos é com relação ao final de nomes de plantações : "cafezal" chamam de "CAFEZÁ", "milharal" chamam de "MILHARÁ", "canavial" chamam de "CANAVIÁ" e aquele misterioso evento onde eles saciavam sua fome com grande quantidade de Siris denominaram de "SIRIÁ"
Os instrumentos são os mesmos utilizados na dança do Carimbó.
A Coreografia é de rara beleza; segue, na essencia, as mesmas linhas do Carimbó, porém com maiores e mais variadas evoluções.
INDUMENTÁRIA
A indrumentária, basicamente,
é a mesma do Carimbó, porém, mais rica: as saias das
mulheres são de javanesa, com estamparia de folhas e flores. O contorno
das flores e das folhas é acentuado com bordado de paetês
e missangas. Os talos das folhas, com vidrilhos verdes. Os pares, como
sempre, dançam descalços.