Adeus Ano
de
Pranto
Em amargo pranto e torpôr,
Salpicados de escolhos e abrolhos,
Mutados em atroz, cruel horror
Presenciaram os nossos olhos.
Céu de límpido azul, tão belo,
Em prelúdio de vida e magia,
Engolfou-se em horrendo flagelo
Causado por terror e covardia.
A imagem continua permanente,
É constante sem fim de meada,
Ecoando a agonia em som dolente
Do sofrimento da terra amada.
Manhã risonha, bela e viçosa,
Esfumou-se em dor e suplício;
E tanta alma abnegada, caridosa,
Doou seu supremo sacrifício.
A vida mudou, já não é o que
era,
Deu-nos
lição de dor e amargura;
Tornou-se em duvidosa quimera...
Será
que a esperança perdura?...
Na passagem dum ano incrível
Que
a todos nós pôs à prova;
Connosco até chorou o insensível
Em pedido de trégua e boa nova.
Ansioso, busca a paz e a alegria,
O mundo inteiro em humilde
prece
,
Entre o Pai Nosso e a Avé-Maria,
Finalmente a Jesus reconhece.
Que as cinzas do ano transato
Abriguem
o braseiro de paz e amor,
Embalem a esperança do ora nato
De encontrar um mundo melhor!
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Página e Poema de:
© Ann Marie S. Matias
1 de Janeiro de 2002