Diz-me, ó Lua, por favor,
não te faças tão rogada,
se vistes o meu amor,
lá longe, na terra amada.
Diz-me, ó Lua, não escondas,
nem um segredo sequer,
se viste junto das ondas
esse encanto de mulher.
Diz-me, ó Lua, bem baixinho,
ao ouvido, p’la calada,
se viste pelo caminho,
passeando a minha amada.
Diz-me, ó Lua, que não digo,
deste segredo a ninguém,
se ainda toma castigo,
o meu amor, de sua mãe.
Diz-me, ó Lua, p’ra saber
se continua indo à fonte,
buscar água p’ra beber
o meu amor, lá no monte.
Diz-me, ó Lua, abertamente,
que minha alma grata fica,
se meu amor, no presente,
ainda baila a chamarrita.
Diz-me, ó Lua, tu, submissa,
ao que dou grande valor,
se ainda vês ir à missa,
aos domingos, meu amor.
Diz-me, ó Lua, que não falo,
a ninguém eu direi tal,
se vai à missa do galo
meu amor, quando é Natal.
Diz-me, ó Lua, agora apenas,
baixinho como convém,
se ainda vai às novenas,
pelo Natal, o meu bem.
Diz-me, ó Lua, e eu não direi
a ninguém, nada de nada,
diz-me tudo o que não sei,