Ode à América

De montanhas, planícies, e vales

De lagos e rios, ou mesmo beira-mar,

O seu belo cantinho deixou, partiu,

Bem longe buscou amor, calor de lar.

 
 

A felicidade em moeda estranja,

No sonho em seu peito a palpitar

Eterna promessa duma vida melhor...

No arco-íris o pote de ouro a brilhar...

 
 

Marejou-se o olhar por intensa saudade

Dos verdes campos, das casas de alvenaria,

De telhados rutilantes, de azul mar e céu,

De verões de sol, de primaveras de alegria.

 
 

Encontrou mansardas poeirentas, becos sem saída,

Cicatrizes profundss alimentadas pelo sofrimento;

Encontrou neve, gelo, de invernia tamanha,

Estios incertos, chuvas de tormento.

 
 

Ansiedade, eterna sujeição, fria, rigorosa,

De costumes e linguagem desconhecidos,

Confronto de incompreensão e desalento imenso

Acrescentados de receios e rumos desmedidos.

 
 

Após labutas tantas, sem dó ou piedade,

O suor do rosto, ou de lágrimas orvalhado,

A sujeição amarga de intenso e árduo labor,

Ficou para sempre na sua história gravado.

 
 

Reflecte-se o cobiçado e evasivo pote de ouro

Em casas e minúsculos quintais de encantar,

Bela aguarela pintada no jardim deste país

Perfumando o ar e extasiando o nosso olhar.

 
 

Realiza-se o Luso, trabalhador incansável,

No místico de sonhos, costumes e tradições,

Seja em terra ou mar fora, na lavra da vida,

No clero, ciências, e prestigiosas profissões.

 
 

Celebra com garra, suas herança e devoção,

Em minúsculo implante, com alma brejeira,

As belas romarias do seu distante Portugal

Que tanto o animam do berço à derradeira.

 
 

Encontrou em Ti, que fria lhe pareceu

Quando vez primeira te viu tão crua,

Abrigo das intempéries duma longa jornada.

Embelezou-te de saudade, tornando-te sua...

 
 

De antigo bairro de lata em cidade amena,

De gata borralheira em princesa encantada,

De terra estranha em afável companheira,

De madrasta em extremosa mãe amada!

 
 

No uníssimo palpitar de carinhoso coração

O Luso da Pátria distante finalmente tem

Muita felicidade e orgulho em te desejar

"Parabéns, América, minha querida Mãe!"

 
 

Parabéns Grande América

Pelas Tuas 225 Primaveras de

Liberdade e Democracia!!!

 

HAPPY

Página e Poema de:

© AnnMarie Matias

4 de Julho de 2001

Ariedam@aol.com

1