Por João Ramos Baccarat - PY2AJ
Sempre me interessei por este assunto, porque, lendo, há alguns anos, muitas revistas especializadas de rádio, com referências a radioamadoras de todos os cantos do globo, jamais ouvi qualquer informação quanto à mais antiga partícipe deste extraordinário e apaixonante"hobby", que é o radioamadorismo.
Todos os magazines que me cairam sob os olhos falavam, unicamente, nas amadoras, no que respeitava à parte social por elas desenvolvida, em reuniões e promoções para fins variados; nunca, porém, com a característica exclusiva de radioamadora, e principalmente, de ser a mais antiga.
Certo, que um dos princípios mais difundidos entre pessoas de sociedade se consubstância no conselho de nunca se falar em idade ao pé duma mulher. Assim, lembrar a mais antiga radioamadora, será, como é óbvio, cometer pecado imperdoável. A despeito disso, não opus peias à curiosidade, no sentido de descobrir resposta à pergunta, que me preocupa há tão longo tempo...
Quizeram os fados, que encontrasse o número correspondente a dezembro de 1960, da revista americana denominada "CQ", especializada em rádio para amadores, e na seção "YL", relativa à parte feminina da publicação ("YL" é a abreviatura de "Young Lady", em inglês, ou seja, "Senhorinha", em português) encontrasse artigo da redatora, Louisa B. Sando, também amadora, com indicativo de chamada W5RZJ, de Santa Fé, N. M. , que conta a história das mais antigas amadoras dos Estados Unidos.
Visto não cuidar de conhecer todas elas, mas, apenas a mais antiga, fixou-se-me a atenção na notícia de que o jornal "Marconigraph", de agosto de 1913, publicara a história de ALICE McCONAUGHY de Cincinnati, Ohio, considerada a primeira operadora de rádio, licenciada na região dos Grandes Lagos, nos termos da Lei de 1912. Tinha ela 13 anos de idade, quando montou aparelhos de radiotelegrafia, nos fins de 1912, com o prefixo 8EZ.
Descobrira, afinal, a primeira radioamadora do mundo!
Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues - PY3IDR
e-mail: ivanr@cpovo.net