QUADRINHOS  BRASILEIROS -  OPINIÃO 12   

  • VELTA começou como uma super-heroína, mas seu autor teve visão auto-crítica para mudá-la e torná-la um produto bem brasileiro.        
  •     NÃO TE ENTREGUEIS, BRASIL !                          (Por Paulo S. Campos)

     Brasil é um belo e rico país, e foi por isso que vim morar nele já na minha tenra infância, vindo de Portugal.


    O que mais me apaixonou aqui foi a cultura, a arte e o folclore. Quão rico o Brasil também é em todos esses itens !! Mas, nos últimos anos, uma matéria tem me preocupado. Toda essa bagagem está se perdendo e sendo esquecida. O mais infame é que isso é incentivado pela própria imprensa. Nem a língua mãe se fala mais aqui. Está havendo uma invasão tão acintosa quanto perigosa. E os próprios brasileiros consentem, sem se dar conta do dano que causa até mesmo à soberania nacional.


    A língua portuguesa está sofrendo um desvirtuamento, tendo cada dia mais e mais palavras e expressões em inglês sendo usadas.


    Nos quadrinhos, ótimos personagens brasileiros não tem chance de serem conhecidos por um grande público, isto porque vê-se nas bancas um exército altamente aparelhado de quadrinhos norte-americanos, com aqueles super-heróis ianques reinando absolutos, arrasando como a HQ nacional.


    As nossas crianças foram dirigidas a se viciarem em quadrinhos importados de tal forma que os temas brasileiros não são aceitos por elas. Exceção para os infantis de Maurício de Souza, com grande tiragens aqui no Brasil e também em Portugal.

    Porém, Maurício comete um pecado. Aqui e acolá, aparecem nas historinhas da sua Mônica os mesmos heróis norte-americanos que tiranizam o mercado brasileiro. Maurício faz isso voluntariamente, colocando bonequinhos desses mesmos heróis, com nomes assemelhados aos originais, e faz piadas com eles. Ora, um quadrinho tipicamente brasileiro dando mais corda para o estrangeiro? Presenteando-o com mais exposição?


    O mais estranho é que quando comento com alguém sobre essa passividade diante da destruição artístico-cultural do Brasil, me vêem com chacotas. Dizem que nem brasileiro sou, e por conseguinte, porquê me preocupar com o Brasil? Ora pois, esta pátria é minha também. E escolhida por opção pessoal, e não pelo acaso. Tenho de amar esta terra, sim. Tenho de defendê-la, sim.

    Basta dessa rendição passiva diante da imposição do império norte-americano. Não deixem morrer nossa cultura. Não permitam que nosso idioma seja vilipendiado dessa forma. Não rejeitem os bons artistas que temos. Não matem por inanição nossos criativos personagens de quadrinhos.
     

    Digam NÃO a essa verdadeira blasfêmia. Recusem-se a falar e escrever em inglês dentro de um país que tem o português como idioma oficial.


    Desprezem esses personagens mascarados tolos que não se identificam com nosso povo.

    Graças a Deus, descobri um foco de resistência, e liderado por gente tão jovem e auspiciosa. A CQB é um oásis no meio de um deserto estagnado e causticante. Seus idealizadores precisam ser entendidos e ouvidos, pois são jovens que atentaram voluntariamente para um problema sério e que precisa ser combatido... do contrário, daqui a alguns anos, este país deixará até de se chamar BRASIL.


    Evitemos esse mal, enquanto é tempo.

     

    Tal como os idealizadores da CQB, aprendi cedo a adorar a personagem VELTA, de Emir Ribeiro, e fiz páginas sobre o artista e suas criações. Leiam, pois:  http://www.hqemir.rg3.net/

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