Os equipamentos digitais não seguem necessariamente as mesmas regras muito embora se possam aplicar a generalidade dos conceitos.
As linhas de televisão são horizontais e escritas no ecrã, em sucessão, de cima para baixo. Cada linha contem um pedaço de informação referente a determinada ‘tira horizontal’ de imagem.
Por várias razões nem todas as linhas podem ser usadas para representar imagem. De facto somente 576 a contêm. Também somente 80% de cada linha contem imagem. O restante espaço contém sinais usados para efeito de sincronização vertical e horizontal, tele-texto, sinais de teste, etc.
À tradução para sinal eléctrico da sequência das linhas de varrimento podemos chamar sinal de imagem. Este sinal eléctrico pode ser observado com a ajuda de instrumentos apropriados.
A sucessão na vertical dessas linhas horizontais permite construir ou representar uma imagem.
À escrita, na superfície do ecrã, da sequência de linhas, chama-se varrimento.
É importante não confundir linhas de varrimento com linhas de definição. Linhas de varrimento são ‘a coisa substantiva’, linhas de definição são uma unidade de medida que consiste em, aproximadamente, o máximo de pormenor que se pode colocar em cada uma das linhas horizontais. Ambas se chamam linhas e muita confusão daqui decorre.
Salvo raras excepções são normalmente manipuladas pelos equipamentos de televisão que nos rodeiam as 625 linhas horizontais, quer sejam visíveis no ecrã, quer estejam ausentes (ou pareçam ausentes). Por analogia, esses equipamentos de televisão (televisores, gravadores, etc.) estão virtualmente ligados por rodas dentadas que têm, todas elas, 625 dentes. Só dessa forma é possível ‘sincronizar’ emissores a receptores (gravadores a televisores, por exemplo).
Cada uma das linhas de varrimento se analisada em pormenor num ecrã, é como uma faixa muito estreita de luz contendo zonas escuras e claras. A capacidade que um equipamento tem em colocar zonas brancas ou pretas, na maior quantidade possível, nessa faixa, traduz a sua definição horizontal.
A cor é formada colocando três linhas de diferentes cores (vermelho, verde e azul) no mesmo espaço e em simultâneo.
Se nas linhas horizontais de um sinal de imagem forem colocados pontos pretos e brancos alternadamente, e se esses pontos forem colocados em igual forma e quantidade em todas as outras linhas horizontais da imagem, podemos observar que a imagem daí resultante será uma determinada quantidade de riscas verticais em igual número aos pontos colocados em cada linha de varrimento. As riscas verticais são o resultado visual da presença dos pontos brancos e pretos nas linhas horizontais, de linha para linha, repetitivamente.
Já agora, no caso dos gravadores, não devemos confundir gravadores analógicos (que gravam um sinal analógico na fita) com gravadores com pré ou pós processamento digital sendo, de igual modo, analógicos na fita. Os gravadores realmente digitais têm diferentes métodos de trabalho pelo que, embora a definição horizontal se lhes aplique basicamente, a forma como as linhas horizontais são gravadas é muito distinta dos analógicos pelo que estamos perante um outro mundo. Como exemplo de gravadores digitais temos, a nível doméstico, o DVC (em componentes). A nível profissional temos o D1 (componentes), D2 (composto), D3 (composto), D4 ou DCT (componentes), D5 (componentes), Betacam digital (componentes), Betacam SX (componentes) e DVC-Pro (componentes). Alguns dos formatos em componentes usam compressão de imagem.
Dando outros exemplos, uma câmara de televisão de máxima qualidade pode ter uma resolução horizontal de 800 linhas. Um gravador de máxima qualidade dificilmente grava mais de 500 linhas. Um gravador tipo VHS pouco passará das 250 linhas. Uma câmara doméstica normalmente não tem mais de 300 linhas de definição. Um televisor pode reproduzir à volta de 400 linhas. No entanto todos estes equipamentos geram e/ou manipulam uma imagem formada por 625 linhas horizontais.
A emissão de televisão analógica não permite mais de 400 linhas de definição, correspondente a 5Mhz de largura de banda. A razão pela qual equipamentos profissionais, especialmente câmaras, podem ter resoluções superiores à resolução possível de emitir prende-se com razões internas inerentes ao funcionamento dos estúdios de TV.
A definição horizontal é um dos muitos parâmetros de medição da capacidade de captação, manipulação ou exibição de imagem de qualquer equipamento. Muitos outros parâmetros são igualmente ou até mais importantes.